Do Shabbath para o dia do Senhor
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17 verses Livros Nov. 3, 2024 Português 0
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A escatologia e o ShabbathCap. 7
Comentário de Von Radd
O relato de Gênesis não institui o Shabbath semanal e, no entanto, como von Rad afirma corretamente, “refere-se a muito mais do que algo que afeta somen¬te o próprio Deus... Se Deus abençoou esse descanso, ele se afigura como uma espécie de terceiro elemento entre Deus e o mundo”.2Ainda não fica evidente para a humanidade, mas está aberto o caminho para que ela participe desse be¬nefício sublime. Assim, o objetivo do descanso de Deus no que diz respeito à humanidade corresponde ao papel da árvore da vida em Gênesis 2 e 3, que devia oferecer confirmação à vida. Com referência à sua obra na criação, o descanso de Deus era final e fundamentava-se na conclusão e perfeição dessa obra; com referência à humanidade, esse descanso apontava para a condição futura da qual ela participaria. Quando esse panorama foi destruído pelo pecado, Deus começou a operar de modo a restaurá-la. Como parte de sua atuação na história, instituiu o Shabbath para Israel como um dia de descanso e um sinal de participação no descanso de Deus no princípio.
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Ênfase em Marcos e Mateus sobre o ShabbathCap. 4
Ênfase em Marcos
Início escatológico: Marcos começa seu evangelho enfatizando que "o tempo está cumprido" e que "o reino de Deus está próximo" (1.14-15). Essa declaração escatológica estabelece o cenário para a obra de Jesus, que é vista como o cumprimento das promessas de Deus.
Autoridade de Jesus: O primeiro relato de um exorcismo (1.21-28) demonstra a autoridade de Jesus sobre os espíritos imundos e, por consequência, sua autoridade divina. A frequência com que esses eventos são mencionados destaca a missão de Jesus de estabelecer o reino de Deus, em oposição às autoridades religiosas da época.
Controvérsias sobre o Shabbath: As controvérsias sobre o Shabbath, que aparecem logo após a introdução do ministério de Jesus, sublinham sua autoridade. Jesus declara que "o Filho do Homem é o Senhor do Shabbath" (2.28), enfatizando que seu entendimento do Shabbath transcende a mera observância legalista, refletindo um chamado à liberdade e à cura.
Rejeição em Nazaré: A rejeição de Jesus em sua própria cidade (Mc 6.1-6a) ilustra a incredulidade que enfrentou, contrastando com as curas e milagres que realizou em outros lugares. Esse tema de "Messiasgeheimnis" ou segredo messiânico sugere que, apesar de sua autoridade e obras, muitos não reconheceram sua verdadeira identidade.
Ênfase em Mateus
Controvérsia tardia sobre o Shabbath: Mateus apresenta controvérsias sobre o Shabbath em sua metade, nas perícopes de Mateus 12.1-14. Essas passagens surgem após um convite de Jesus aos cansados para encontrarem descanso nele (11.28-30). Essa justaposição sugere que o verdadeiro descanso que Jesus oferece é superior às tradições do Shabbath.
Significado do descanso: Mateus relaciona o descanso de Jesus ao Shabbath, mas não necessariamente o apresenta como um símbolo central de sua missão. O descanso que Jesus oferece é visto mais como uma culminação das promessas de Deus, em que o Shabbath serve como um prefiguração desse descanso mais profundo que ele proporciona.
Reinterpretação do Shabbath: As passagens sobre o Shabbath em Mateus mostram como a prática do dia havia sido mal interpretada e abusada. Jesus, ao curar no Shabbath, desafia as tradições e estabelece um novo entendimento sobre como as leis deveriam ser aplicadas, priorizando a misericórdia sobre a rigidez.
Autoridade sobre a Lei: A ênfase de Mateus na autoridade de Jesus se alinha com a afirmação de que ele é maior do que o templo (12.6). Jesus é apresentado como o ponto central da história da redenção, onde as antigas estruturas e símbolos, como o templo e o Shabbath, encontram seu significado pleno em sua pessoa.
Conclusão
Em suma, tanto Marcos quanto Mateus enfatizam a autoridade de Jesus e sua missão redentora, mas fazem isso de maneiras distintas. Marcos adota uma abordagem mais escatológica e imediata, destacando os atos de Jesus e sua autoridade em um contexto de exorcismos e curas. Por outro lado, Mateus coloca uma ênfase na interpretação do descanso e do Shabbath, fazendo uma ligação com o convite de Jesus para que as pessoas encontrem descanso nele.
A relação de Jesus com o Shabbath, portanto, revela não apenas um confronto com as tradições religiosas da época, mas também um chamado para uma compreensão mais profunda e transformadora da lei e do propósito de Deus. A mensagem central é que em Jesus, as promessas e símbolos do Antigo Testamento encontram seu cumprimento e significado pleno, convidando todos a uma nova forma de vida que transcende a observância legalista e se concentra na misericórdia, cura e verdade. -
Introdução do Shabbath ao Dia do SenhorIntrodução
O estudo em questão aborda a questão da observância do sábado (Shabbath) e do domingo ao longo da história religiosa, destacando como a prática de um dia de descanso e adoração evoluiu tanto na tradição judaica quanto na cristã. Apesar da abundância de obras sobre o tema, os autores argumentam que há espaço para uma nova abordagem devido às divergências e complexidades ainda presentes no assunto.
Historicamente, o Shabbath no Antigo Testamento iniciou como um dia de descanso e foi gradualmente considerado também como um dia de adoração. Já no Novo Testamento, o domingo começou como um dia de adoração, posteriormente se tornando um dia de descanso, especialmente a partir da ressurreição de Cristo. Esse estudo examina, por exemplo, interpretações como as de Willy Rordorf, que explora a transição do Shabbath judaico para o domingo cristão, e de autores como J. Francke, Beckwith e Stott, que defendem a observância de um dia para descanso e adoração desde a criação. Em contraste, Samuele Bacchiocchi, adventista, argumenta que a prática de observar o domingo como dia de descanso começou em Roma, em um esforço para se diferenciar dos judeus após as repressões romanas.
Os autores desse novo estudo criticam alguns argumentos tradicionais, como a ideia de que o Novo Testamento institui claramente o domingo em substituição ao Shabbath. Eles também apontam a complexidade de estabelecer uma teologia de transferência entre sábado e domingo, visto que não encontram no Novo Testamento uma base explícita para isso. Outro ponto abordado é a distinção entre leis morais, civis e cerimoniais no Antigo Testamento, que consideram anacrônica quando aplicada ao contexto do Novo Testamento.
O objetivo do estudo é oferecer uma análise abrangente que não apenas explore as raízes e evoluções da prática do Shabbath/domingo, mas também apresente uma perspectiva conciliadora e tolerante. Embora não espere resolver todas as controvérsias, a obra procura promover uma compreensão mais profunda e moderada do tema, sugerindo um modelo de reflexão que permita aos cristãos adotarem posturas informadas e respeitosas em relação a essas tradições.
A metodologia da pesquisa incluiu uma cooperação estreita entre vários estudiosos, garantindo que cada capítulo contribuísse para uma análise progressiva e unificada, ainda que haja pequenas divergências entre os colaboradores. A obra reflete as prioridades dos autores e é voltada para uma discussão exaustiva sobre as fontes primárias, permitindo uma interação crítica e fundamentada com a literatura existente, a fim de oferecer uma síntese interpretativa sobre o tema. -
Jesus e a lei na tradição sinóptica (Especialmente Mateus e Marcos)Cap. 4
A relação de Jesus com a lei, especialmente nas tradições sinópticas de Mateus e Marcos, é um tema complexo e multifacetado. O texto explora essa relação destacando algumas nuances e conceitos centrais, que podemos resumir da seguinte maneira:
1. Diferenciação entre Torá e Halaká
Jesus se posiciona de maneira distinta em relação à Torá (a Lei escrita) e à Halaká (a tradição oral). J. Jeremias enfatiza a importância de separar esses dois conceitos ao analisar a atitude de Jesus em relação à lei. Enquanto a Halaká é vista como uma interpretação e aplicação da Torá, Jesus frequentemente critica suas interpretações rigorosas e casuísticas, especialmente quando elas se desviam do verdadeiro espírito da Lei.
2. Rejeição da Halaká
Jesus expressa uma clara rejeição à Halaká, especialmente quando suas regras entram em conflito com os princípios do Reino de Deus. Ele critica práticas como a Corbã (Mc 7.9-13), que priorizam tradições humanas em detrimento das necessidades e do bem-estar das pessoas. Isso demonstra um contraste com a abordagem tradicional dos escribas e fariseus, destacando a intenção moral por trás da Lei.
3. Positividade em relação à Torá
Contrariamente à Halaká, a atitude de Jesus em relação à Torá é mais positiva. Ele cita e respeita a Lei escrita como Palavra de Deus, reconhecendo sua autoridade. No entanto, Jesus também radicaliza a interpretação da Lei, intensificando seus mandamentos. Por exemplo, ele eleva os padrões morais (Mt 5.21-28) e critica práticas religiosas que não refletem a verdadeira intenção de Deus.
4. Cumprimento da Lei
A passagem de Mateus 5.17-20 é crucial para entender a perspectiva de Jesus. O verbo "cumprir" é central e tem sido interpretado de várias maneiras. A interpretação de Robert Banks sugere que "cumprir" implica tanto continuidade quanto descontinuidade. Jesus não se opõe à Lei, mas a realiza plenamente, revelando seu significado profundo e escatológico. Isso implica que a Lei não é abolida, mas transformada e cumprida em sua pessoa e obra.
5. Interpretação e autoridade
Mateus 5.19-20 destaca que a observância dos mandamentos deve ser mais profunda do que a dos escribas e fariseus. Jesus apresenta seus ensinamentos com uma autoridade divina, sugerindo que ele não apenas cumpre a Lei, mas também a reinterpreta de maneira que enfatiza a moralidade interna e a intenção de Deus.
6. Conexão com o Novo Testamento
A discussão sobre a validade da Lei Antiga e suas implicações na nova aliança é um tema recorrente. Jesus, enquanto cumpridor da Lei, antecipa uma mudança que se concretiza após sua ressurreição, com a comunidade cristã se tornando a herdeira das promessas de Deus. As distinções modernas entre lei moral, cerimonial e civil não são claramente estabelecidas nos evangelhos, e a aplicação dessas categorias na exegese pode ser problemática.
7. Ambivalência da Lei
Jesus demonstra uma visão ambivalente da Lei: ele respeita sua origem divina, mas também indica que a era da Lei chega ao fim com a vinda do Reino. Esse aspecto é comum em Mateus, mas também encontrado em Marcos e Lucas, onde a centralidade de Jesus como o cumprimento da Lei é ressaltada.
Conclusão
A atitude de Jesus em relação à Lei é caracterizada por um equilíbrio entre respeito à sua origem divina e crítica às interpretações humanas que distorcem seu verdadeiro propósito. A forma como ele radicaliza e cumpre a Lei revela uma nova compreensão do relacionamento entre Deus e seu povo, centrada em sua própria pessoa e missão. -
Jesus e o Shabbath nos evangelhos sinópticosCap. 2
Marcos 1.21-28; Lucas 4.31-37
Mc 1:21-28 21 Eles foram para Cafarnaum e, logo que chegou o sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22 Todos ficavam maravilhados com o seu ensino, porque lhes ensinava como alguém que tem autoridade e não como os mestres da lei. 23 Justo naquele momento, na sinagoga, um homem possesso de um espírito imundo gritou: 24 O que queres conosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Sei quem tu és: o Santo de Deus! 25 Cale-se e saia dele!, repreendeu-o Jesus. 26 O espírito imundo sacudiu o homem violentamente e saiu dele gritando. 27 Todos ficaram tão admirados que perguntavam uns aos outros: O que é isto? Um novo ensino - e com autoridade! Até aos espíritos imundos ele dá ordens, e eles lhe obedecem! 28 As notícias a seu respeito se espalharam rapidamente por toda a região da Galileia.
Lc 4:31-37 31 Então ele desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e, no sábado, começou a ensinar o povo. 32 Todos ficavam maravilhados com o seu ensino, porque falava com autoridade. 33 Na sinagoga havia um homem possesso de um demônio, de um espírito imundo. Ele gritou com toda a força: 34 Ah!, que queres conosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Sei quem tu és: o Santo de Deus! 35 Jesus o repreendeu, e disse: Cale-se e saia dele! Então o demônio jogou o homem no chão diante de todos, e saiu dele sem o ferir. 36 Todos ficaram admirados, e diziam uns aos outros: Que palavra é esta? Até aos espíritos imundos ele dá ordens com autoridade e poder, e eles saem! 37 E a sua fama se espalhava por toda a região circunvizinha.
Neste capítulo do livro de DA Carson sobre Jesus e o Shabbath (Sábado), o autor realiza uma análise detalhada das passagens nos evangelhos que mostram a atitude de Jesus em relação ao Shabbath, com foco particular nos evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas). Carson explora como Jesus se portava em relação às leis e práticas judaicas de observância do Shabat, enfatizando que, em seus primeiros atos e ensinamentos, Jesus parecia respeitar a Torá (Lei Judaica) e evitou conflitos diretos com as normas do Shabbath e a Halaká (conjunto de leis e costumes judaicos).
Carson explica que, no início do ministério de Jesus, seus milagres e exorcismos realizados no Shabat não geraram oposição. Isso pode ser porque ele ainda estava dentro dos limites de Halaká, o que permitiu ações de misericórdia e necessidades urgentes. Ele exemplifica com a cura do homem possuído na sinagoga em Cafarnaum (Marcos 1:21-28 e Lucas 4:31-37), onde a ocorrência do público foi de espanto pela autoridade de Jesus, mas não houve reprovação direta ao ato em si . Carson também menciona que, em um segundo episódio de cura, desta vez na casa de Simão e André, Jesus realizou outro milagre no Shabbath sem nenhuma ocorrência negativa das au
Carson sugere que, inicialmente, Jesus não parece ter desafiado deliberadamente as normas do Shabat. Ao contrário, ele seguiu os costumes e evitou conflitos diretamente com as autoridades judaicas. No entanto, com o passar do tempo, a oposição a Jesus cresceu, e o Shabbath acabou se tornando um ponto de discórdia usado contra ele por seus adversários. Isso indica que a postura de Jesus não era de exclusão direta ao Shabat, mas sim de colocar o bem-estar e a misericórdia acima de interpretações rigorosas da lei.
Marcos 2.23-28; Mateus 12.1-8; Lucas 6.1-5
As passagens de Marcos 2.23-28, Mateus 12.1-8 e Lucas 6.1-5 narram o episódio em que Jesus e seus discípulos colhem espigas em um campo durante o Shabbath (sábado), o que provoca críticas dos fariseus por entenderem que a ação viola as regras de descanso do Shabbath. A interpretação desse episódio levanta questões teológicas e exegéticas, especialmente sobre a relação entre a Lei (Torá) e a liberdade que Jesus propõe para interpretá-la.
Questões Exegéticas e Teológicas
Os estudiosos divergem sobre se esse episódio possui uma estrutura narrativa artificial ou histórica. Alguns, como K. L. Schmidt, sugerem que a narrativa foi construída para criar um contexto em torno da declaração de Jesus em Marcos 2.27 ("O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado"), enquanto outros, como Taylor, defendem que a Igreja primitiva teria interesse em preservar essa história como uma evidência das práticas de Jesus que diferiam da rigidez farisaica em relação ao Shabbath.
Ação dos Discípulos e a Resposta de Jesus
A ação de colher espigas poderia ser interpretada como "trabalho", violando as normas do Shabbath. Porém, Jesus responde fazendo uma referência a Davi, que comeu os pães sagrados quando estava com fome (1 Samuel 21.1-7). Essa citação não é uma justificativa direta para os discípulos, mas serve para questionar a aplicação estrita da Lei pelos fariseus. A narrativa destaca que, assim como Davi teve uma exceção por causa de sua situação especial, Jesus, ao ser "Senhor do Shabbath", possui autoridade sobre as interpretações da Lei.
Interpretação do Shabbath
Jesus afirma que "o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado", o que sugere que a intenção original do Shabbath é o benefício humano, não um fardo legalista. Com isso, Ele contesta o entendimento farisaico rígido e defende uma interpretação mais flexível e compassiva da Lei. Em Marcos 2.28, quando Jesus declara ser o "Senhor do Shabbath", ele reivindica uma autoridade especial que transcende a Lei mosaica, reforçando a visão de que sua missão envolve a inauguração de uma Nova Era, com uma restauração dos valores humanos e uma nova compreensão da relação com Deus.
Implicações para a Autoridade de Jesus
A declaração final de Jesus no versículo 28, ao reivindicar a autoridade sobre o Shabbath, implica que ele possui uma autoridade equiparável à de Deus, que deu a Lei. Isso sugere que Jesus não só interpreta, mas também reestrutura o significado da Lei para enfatizar a liberdade e o bem-estar humano sobre os rituais e restrições legalistas.
Essas passagens mostram, assim, um ponto de tensão entre a prática religiosa do Shabbath e o ensinamento de Jesus, que prioriza a essência do amor e compaixão divina sobre a mera observância ritual, um tema que Jesus aborda várias vezes ao confrontar a hipocrisia e legalismo dos líderes religiosos de sua época.
Essa análise explora o significado das ações de Jesus em relação ao Shabbath (o sábado) e destaca o simbolismo do Shabbath para a restauração e a era messiânica. Abaixo estão os principais pontos abordados:
Senhorio de Jesus sobre o Shabbath: Jesus é identificado como o "Senhor do Shabbath", o que implica que Ele possui autoridade sobre o sábado, que é, tradicionalmente, um dia de descanso e santificação. Isso aponta para uma transformação do próprio conceito de Shabbath, semelhante à maneira como Jesus é visto como superior ao Templo. Essa visão sugere a possibilidade de reinterpretar o Shabbath sob a perspectiva da autoridade de Jesus.
Interpretação do conflito com os fariseus: Os relatos de Mateus, Marcos e Lucas sobre a discussão em torno do Shabbath apresentam pequenas variações que enriquecem a interpretação. Em Mateus, o conflito ocorre imediatamente após Jesus falar sobre Seu "fardo leve" em contraste com as exigências dos fariseus, conectando o Shabbath com uma visão de liberdade em Cristo. Mateus ainda utiliza uma série de argumentos bíblicos para embasar essa liberdade, incluindo o exemplo dos sacerdotes que, por seus deveres, quebram as normas do Shabbath sem serem culpados.
Autoridade e precedência das leis: No Antigo Testamento, os sacerdotes que trabalhavam no Shabbath eram considerados inocentes, o que implica que leis ou princípios mais importantes podiam sobrepor-se ao Shabbath. Isso reforça a autoridade de Jesus sobre o Shabbath, uma vez que Ele, sendo maior que o Templo, tem a autoridade para reinterpretar o dia de descanso. Isso não indica que Ele viola o Shabbath, mas que tem o direito de definir seu verdadeiro propósito.
Relação com a Halaká: Embora Jesus pareça desafiar as tradições farisaicas (Halaká) em suas interpretações e ações, nem Ele nem Seus discípulos violam explicitamente a Torá. Isso sugere que Jesus está reinterpretando a lei em vez de transgredi-la, reafirmando que a misericórdia e o bem-estar humano são prioritários.
Classificação das leis no contexto do Shabbath: A discussão sobre o Shabbath levanta a questão das diferentes categorias da lei (moral, cerimonial e civil). Embora a tradição cristã muitas vezes classifique o mandamento do Shabbath como moral, sua associação com práticas cerimoniais (como no caso dos sacerdotes) sugere que ele também pode ser considerado cerimonial.
Em resumo, os evangelistas enfatizam que o "Senhor do Shabbath" é maior que as restrições tradicionais, abrindo espaço para uma compreensão do Shabbath que prioriza a misericórdia e a autoridade de Cristo, e que pode diferir das interpretações da lei mosaica usadas na época. -
Jesus e o Shabbath nos Evangélhos sinópticosCap. 4
Marcos 3.1-6; Mateus 12.9-14; Lucas 6.6-11”
Marcos 3.1-6; Mateus 12.9-14; Lucas 6.6-11”
(Marcos 3:1-6) 1 Noutra ocasião ele entrou na sinagoga, e estava ali um homem com uma das mãos atrofiada. 2Alguns deles estavam procurando um motivo para acusar Jesus; por isso o observavam atentamente, para ver se ele iria curá-lo no sábado. 3 Jesus disse ao homem da mão atrofiada: Levante-se e venha para o meio. 4Depois Jesus lhes perguntou: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar a vida ou matar? Mas eles permaneceram em silêncio. 5 Irado, olhou para os que estavam à sua volta e, profundamente entristecido por causa do coração endurecido deles, disse ao homem: Estenda a mão. Ele a estendeu, e ela foi restaurada. 6 Jesus é Procurado por uma MultidãoEntão os fariseus saíram e começaram a conspirar
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Essa passagem analisa o episódio em que Jesus cura um homem com a mão ressequida no Shabbath (sábado), detalhado em Marcos 3.1-6, Mateus 12.9-14 e Lucas 6.6-11. Esse evento oferece importantes lições sobre a autoridade de Jesus, a interpretação da lei judaica (Torá) e o conflito crescente com os fariseus. Abaixo estão os principais pontos discutidos:
Introdução ao contexto e a oposição dos fariseus: Em Marcos, a expressão “de novo” liga essa passagem a um evento anterior no Shabbath, possivelmente em Marcos 1.21. Jesus é vigiado atentamente pelos fariseus e escribas, que aguardam um motivo para acusá-lo. Lucas observa explicitamente que Jesus conhecia os pensamentos desses oponentes, destacando Sua disposição de agir abertamente, em contraste com a vigilância discreta dos fariseus.
Jesus provoca o conflito com um ato público: Ao chamar o homem com a mão ressequida para o centro, Jesus provoca um confronto que revela Sua postura em relação ao Shabbath e os valores que coloca em prioridade. Mateus foca mais na resposta de Jesus aos fariseus do que em Sua percepção dos pensamentos deles.
Interpretação da resposta de Jesus: A resposta de Jesus (em Marcos 3.4) gerou diferentes interpretações. Ele questiona se é permitido fazer o bem no Shabbath, uma pergunta que revela o conflito entre os princípios morais de Jesus e a observância legalista dos fariseus. Com isso, Jesus critica a atitude passiva dos que evitavam fazer o bem no Shabbath, mesmo em casos de necessidade.
O dilema moral e a limitação da interpretação farisaica: Alguns comentaristas sugerem que Jesus ensina que não fazer o bem equivale a praticar o mal. No entanto, outros apontam que Jesus está falando sobre o que é permitido, e não o que é exigido. Dessa forma, Ele sugere que a interpretação dos fariseus sobre o Shabbath era limitada, uma vez que eles consideravam não fazer nada no sábado como “bem”, quando, na visão de Jesus, era o contrário — era preciso fazer o bem.
Crítica à Halaká: A Halaká (lei oral judaica) proibia a cura no Shabbath, exceto em casos de risco de vida. Mas a Torá (lei escrita) não mencionava nada contra realizar curas no sábado, o que Jesus utiliza como argumento, pois Sua ação se diferenciava da prática médica convencional, sendo uma cura milagrosa e não um trabalho físico.
Reação emocional de Jesus: Em Marcos 3.5, Jesus demonstra indignação e tristeza com a “dureza de coração” dos fariseus. Isso pode refletir a insensibilidade deles em relação às necessidades dos outros, sua hipocrisia ou a falta de compreensão das prioridades morais da lei. Essa reação de Jesus revela sua frustração com a incapacidade dos fariseus de perceberem o valor de fazer o bem.
Repercussão e oposição crescente: A cura do homem causa a indignação dos fariseus e leva-os a fazer uma aliança com os herodianos, um passo que pavimenta o caminho para a crucificação de Jesus. Esse evento torna-se um ponto central de conflito, mostrando a oposição crescente contra Jesus e o início da conspiração para matá-lo.
O papel do Shabbath no julgamento de Jesus: Apesar de Sua postura de agir no Shabbath, que desafiava a interpretação farisaica, Jesus não foi acusado formalmente de profanar o sábado durante o julgamento. Esse ponto levanta a questão de como a autoridade de Jesus sobre o Shabbath foi entendida e de que maneira os atos de cura no sábado não contradiziam a essência da lei divina, mas sim reinterpretavam sua aplicação moral.
Esse episódio mostra que Jesus priorizava a misericórdia e o bem sobre a observância rígida do Shabbath, revelando Seu senhorio sobre o sábado e provocando a hostilidade dos líderes religiosos. -
Jesus e o Shabbath nos Evangélhos sinópticosCap. 4
Lucas 13.10-17; Lucas 14.1-6; Mateus 24.20
As passagens de Lucas 13.10-17 e Lucas 14.1-6, assim como a referência em Mateus 24.20, abordam a relação de Jesus com o Shabbath, a prática religiosa da época e a reação das autoridades judaicas aos seus atos de cura. Vamos analisar cada uma dessas passagens em detalhes:
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Lucas 13:10-17: 10 Certo sábado Jesus estava ensinando numa das sinagogas, 11e ali estava uma mulher que tinha um espírito que a mantinha doente havia dezoito anos. Ela andava encurvada e de forma alguma podia endireitar-se. 12 Ao vê-la, Jesus chamou-a à frente e lhe disse: Mulher, você está livre da sua doença. 13 Então lhe impôs as mãos; e imediatamente ela se endireitou, e passou a louvar a Deus. 14 Indignado porque Jesus havia curado no sábado, o dirigente da sinagoga disse ao povo: Há seis dias em que se deve trabalhar. Venham para ser curados nesses dias, e não no sábado. 15 O Senhor lhe respondeu: Hipócritas! Cada um de vocês não desamarra no sábado o seu boi ou jumento do estábulo e o leva dali para dar-lhe água? 16 Então, esta mulher, uma filha de Abraão a quem Satanás mantinha presa por dezoito longos anos, não deveria no dia de sábado ser libertada daquilo que a prendia? 17 Tendo dito isso, todos os seus oponentes ficaram envergonhados, mas o povo se alegrava com todas as maravilhas que ele estava fazendo.
Contexto da cura: Esta é a última menção do ministério de Jesus na sinagoga em Lucas. Ele cura uma mulher que estava aleijada há dezoito anos. A longo período de enfermidade indica que a cura não era uma emergência, e é importante notar que a mulher não pediu a cura; Jesus toma a iniciativa, demonstrando seu cuidado e compaixão.
Reação do chefe da sinagoga: Após a cura, o chefe da sinagoga repreende Jesus indiretamente, dirigindo-se ao povo e não a Jesus. Essa reprovação reflete uma preocupação mais com a manutenção das regras do Shabbath do que com o bem-estar da mulher curada.
Hipocrisia dos oponentes: Jesus se refere a esses adversários como hipócritas, já que eles demonstram zelo pela lei, mas sua verdadeira indignação é contra o ato de cura, que libertou uma mulher, "filha de Abraão", de um cativeiro imposto por Satanás. Ele destaca a incoerência deles ao permitir que animais sejam cuidados no Shabbath, enquanto se opõem à cura de uma pessoa.
Mensagem sobre o Shabbath: A discussão sugere que o verdadeiro propósito do Shabbath deve ser a libertação e a cura, não a mera observância de regras. Jesus enfatiza que a compaixão e o bem-estar humano devem prevalecer, reforçando que tanto a bondade quanto as obras do reino devem ser realizadas em qualquer dia da semana.
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Lucas 14:1-6
1 Certo sábado, entrando Jesus para comer na casa de um fariseu importante, observavam-no atentamente. 2 À frente dele estava um homem doente, com o corpo inchado. 3 Jesus perguntou aos fariseus e aos peritos na lei: É permitido ou não curar no sábado? 4 Mas eles ficaram em silêncio. Assim, tomando o homem pela mão, Jesus o curou e o mandou embora. 5 Então ele lhes perguntou: Se um de vocês tiver um filho ou um boi, e este cair num poço no dia de sábado, não irá tirá-lo imediatamente? 6E eles nada puderam responder.
Contexto: Jantar na casa de um fariseu: Nesta passagem, Jesus é convidado para uma refeição após o culto. O homem com hidropisia que aparece parece ser uma armadilha para Jesus, mas não há indicação clara de que ele era um convidado formal.
Pergunta de Jesus sobre o Shabbath: Jesus questiona se é lícito curar no Shabbath, sabendo que isso geraria controvérsia. Sua pergunta expõe a contradição nas regras dos fariseus: enquanto permitiriam salvar um animal em perigo, eles hesitariam em fazer o mesmo por um ser humano.
Silêncio dos fariseus: Ao não responder, os fariseus perdem a oportunidade de criticar Jesus, e Ele, em seguida, cura o homem, reforçando que o bem deve ser feito independentemente das regras rígidas do Shabbath.
Comparação com animais: Jesus usa a analogia de um filho ou um animal caindo em um poço para destacar a hipocrisia das autoridades religiosas. Ele sublinha que a vida humana é de um valor muito maior, desafiando as normas legais que não consideram o bem-estar dos indivíduos.
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Mateus 24.20
Orem para que a fuga de vocês não aconteça no inverno nem no sábado.
Referência ao Shabbath: Este versículo, exclusivo de Mateus, é uma instrução a seus discípulos sobre como agir durante a destruição de Jerusalém. Jesus menciona a importância de não ficarem presos a regras rígidas do Shabbath ao tentar escapar.
Exortação à oração: Jesus não proíbe a fuga no Shabbath, mas recomenda que os discípulos orem para que possam fugir em outro dia, reconhecendo as dificuldades práticas que as regras do Shabbath impõem.
Não abolição do Shabbath: A mensagem de Jesus aqui não implica que Ele pretendia abolir o Shabbath, mas que o verdadeiro entendimento e prática do mesmo deve considerar as necessidades humanas e as circunstâncias da vida.
Conclusão
Em conjunto, essas passagens demonstram a ênfase de Jesus em colocar o amor e a compaixão acima das regras religiosas estritas. Ele desafia as interpretações legais que desumanizam e marginalizam, propondo um entendimento do Shabbath que favorece a liberdade e a cura. Isso reflete uma nova compreensão do relacionamento entre Deus e a humanidade, onde as necessidades humanas são sempre prioritárias. O ministério de Jesus, portanto, é caracterizado por uma busca de justiça, misericórdia e a verdadeira essência da lei. -
Jesus e o Shabbath nos Evangélhos sinópticosCap. 4
Marcos 6.1-6; Mateus 13.54-58; Lucas 4.16-3087
Marcos 6:1-6: 1 Jesus saiu dali e foi para a sua cidade, acompanhado dos seus discípulos. 2 Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga, e muitos dos que o ouviam ficavam admirados. De onde lhe vêm estas coisas?, perguntavam eles. Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E estes milagres que ele faz? 3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão? Não estão aqui conosco as suas irmãs? E ficavam escandalizados por causa dele. 4 Jesus lhes disse: Só em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem honra. 5 E não pôde fazer ali nenhum milagre, exceto impor as mãos sobre alguns doentes e curá-los. 6. E ficou admirado com a incredulidade deles. Então Jesus passou a percorrer os povoados, ensinando.
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A passagem que analisa Marcos 6.1-6, Mateus 13.54-58 e Lucas 4.16-30 se concentra no retorno de Jesus a sua cidade natal, Nazaré, e as reações que Ele encontra ao ensinar na sinagoga. Este episódio é significativo para entender a relação de Jesus com sua família, seus conterrâneos e a sua missão messiânica. Abaixo estão os principais pontos abordados na análise:
Contexto da visita de Jesus: Em Marcos 6.1, a expressão "dali" sugere que Jesus saiu da casa de Jairo em Cafarnaum e foi para Nazaré, sua cidade natal. Embora os discípulos sejam mencionados, isso indica que não se tratava apenas de uma visita familiar, mas sim de um ministério ativo, onde Jesus utilizava a sinagoga para ensinar.
A pregação de Jesus na sinagoga: Jesus aproveita a oportunidade do culto no Shabbath para ensinar. Tanto Marcos quanto Lucas mencionam a reação de espanto e escândalo do povo. O espanto não está necessariamente ligado a qualquer violação da lei do Shabbath, mas à ousadia de suas declarações e à autoridade de seus ensinamentos.
Incredulidade de Nazaré: O povo de Nazaré se escandaliza com Jesus, questionando sua origem e o fato de Ele ser um "filho do carpinteiro". Essa incredulidade é comum entre aqueles que conhecem alguém de perto; muitas vezes, é difícil honrar um profeta que se originou de uma cidade e contexto familiar conhecidos. A suspeita de que Jesus era um "filho bastardo" pode aumentar essa resistência à aceitação de Sua autoridade.
Distinção nas narrativas: Enquanto Marcos menciona que a cura no Shabbath não foi a causa da oposição, Mateus não menciona que o evento ocorreu em um Shabbath, reforçando a ideia de que a antipatia não estava ligada à violação das regras do sábado. Lucas, por sua vez, destaca que a prática de Jesus de ensinar na sinagoga era uma parte de seu costume, estabelecendo um padrão para seu ministério.
Conteúdo da pregação de Jesus: Lucas acrescenta que Jesus lê uma passagem de Isaías (Isaías 61.1-2), que fala sobre a missão de libertar os cativos e trazer a boa nova. Embora não esteja claro se essa passagem era parte da leitura prescrita, ela é profundamente significativa, pois Jesus aplica essas palavras a Si mesmo, afirmando ser o cumprimento das promessas messiânicas.
Reação do povo: A mensagem de Jesus sobre libertação e misericórdia, incluindo a extensão da graça de Deus aos gentios, não é bem recebida. O povo se irrita com suas declarações audaciosas e quase tenta agredi-lo, o que mostra que a ofensa principal não era em relação ao Shabbath, mas à sua reivindicação messiânica e à radicalidade de seu ministério.
Conexão com o jubileu: A passagem de Isaías que Jesus lê se relaciona com a ideia de jubilo, libertação e renovação. Jesus se apresenta como o Messias que traz o descanso supremo e a verdadeira libertação, mas ao invés de aceitar essa verdade, o povo rejeita e resiste a Ele.
Conclusão sobre a rejeição de Jesus: Este episódio em Nazaré destaca a resistência que Jesus enfrentou, mesmo entre aqueles que O conheciam desde a infância. A falta de fé e a incredulidade de sua própria comunidade sublinham o tema mais amplo da rejeição que Jesus encontraria ao longo de seu ministério, estabelecendo um contraste entre Sua missão redentora e a resposta negativa de muitos, que não conseguiam reconhecer Sua verdadeira identidade e missão.
Essa análise do episódio em Nazaré é importante para entender a natureza do ministério de Jesus e as dificuldades que Ele enfrentou ao revelar Seu papel como o Messias em Sua própria terra. -
Literatura judaica do ShabbathCap. 7
Literatura Judaica
6 mil anos e o descanso (Sl 90.4) e os mil anos de descanso
Salmo 92, um shabbath que será para sempre
O Shabbath semanal podia ser visto como um acontecimento que apontava para esse Shabbath da consumação final, de modo que em Vita Adae et Evae 5.1,2 está escrito: “Homem de Deus, não chores pelos teus mortos por mais do que seis dias, pois o sétimo dia é sinal da ressurreição e do descanso da era por vir” (também cf. Ap Mos. 43.3). -
Mudanças da teologia do domingoARA
III - Qual o dia do Shabbath cristão?
O entendimento da natureza progressiva da revelação bíblica nos permite observar que, ao passar da Antiga para a Nova Aliança, ocorreram mudanças significativas no culto. Abaixo estão algumas dessas alterações:
1. Mudança nos Sacramentos: Na Antiga Aliança, os sacramentos eram a circuncisão e a Páscoa. Na Nova Aliança, foram substituídos pelo batismo e pela ceia do Senhor (Cl 2.11-12; 1 Co 5.7-8).
2. Mudança nos Ministros: Antes, somente os descendentes de Arão podiam oficiar o culto. Com a Nova Aliança, Cristo formou um reino de sacerdotes de todas as nações (Ap 1.5-6), tornando dispensável a linhagem de Arão.
3. Mudança na Geografia: Na Antiga Aliança, a adoração era centralizada em Jerusalém. Na Nova Aliança, a adoração pode ocorrer em qualquer lugar onde estiverem "dois ou três reunidos" (Mt 18.20; Jo 4.20-24), tornando-se universal.
4. Mudança no Tempo do Culto: Embora aceitemos as mudanças acima, alguns questionam a mudança do dia do culto, do sétimo para o primeiro dia da semana. Contudo, assim como os elementos do culto foram atualizados e expandidos na Nova Aliança, o tempo de adoração também foi adaptado, passando do sábado para o domingo. A Nova Aliança amplia a adoração, que agora não está limitada aos ritos específicos da Antiga Aliança, mas sim se tornou universal e contínua, respeitando o princípio de um dia dedicado ao culto, apenas ajustado para o primeiro dia da semana. -
O Shabbath em JoãoCap. 4
O texto examina a relação de Jesus com o Shabbat no quarto evangelho (Evangelho de João), destacando particularidades que diferem das narrativas dos evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas). A cura de um enfermo no Shabbat, em João 5.1-18, é analisada como um exemplo dessa relação, onde Jesus toma a iniciativa de curar um homem que não demonstra desejo de ser curado, o que levanta questões sobre a motivação por trás do milagre.
Passividade do Enfermo: O enfermo é descrito como passivo e cético, demonstrando falta de fé em sua cura. Jesus, por outro lado, age de forma decisiva e toma a iniciativa de curá-lo. Essa dinâmica sugere que a cura é uma ação soberana de Jesus, que não depende da resposta ou da fé do enfermo.
Hipocrisia dos Fariseus: Quando o homem curado é questionado pelos fariseus, ele se apressa em transferir a culpa para Jesus, revelando uma crítica à hipocrisia dos líderes religiosos, que se concentram em sua própria interpretação legalista do Shabbat, sem se importar com a cura milagrosa realizada por Jesus.
Autoridade de Jesus: A resposta de Jesus aos fariseus — “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” — é uma declaração de igualdade com Deus e afirmação de sua autoridade. Isso leva a uma reinterpretação da observância do Shabbat, deslocando o foco da controvérsia legalista para a identidade messiânica de Jesus.
Interpretação do Shabbat: A discussão que Jesus estabelece sugere que, para ele, o Shabbat não é apenas uma questão de legalidade, mas de um relacionamento mais profundo com Deus, onde sua obra é uma continuação do trabalho divino. Essa ideia é reforçada em João 7, onde Jesus argumenta que a cura deve ser permitida mesmo no Shabbat, usando a circuncisão como um exemplo de como algumas leis podem ter prioridade sobre outras.
Implicações Cristológicas: A relação de Jesus com o Shabbat sugere que ele pode estar assumindo o papel que anteriormente pertencia a essa prática religiosa. Isso implica que, no contexto do evangelho de João, Jesus pode ser visto como o verdadeiro descanso (Shabbat) e a plenitude da Lei, reconfigurando a relação dos cristãos com as tradições judaicas.
Cegueira dos Fariseus: O confronto entre Jesus e os fariseus, especialmente em João 9, ilustra a cegueira espiritual deles, que não conseguem reconhecer a verdadeira natureza de Jesus e suas obras, apesar das evidências. Sua incapacidade de ver além das tradições e leis os impede de entender a nova revelação de Deus em Cristo.
Substituição de Instituições: O texto também menciona a ideia de que, no evangelho de João, Jesus toma o lugar de várias instituições do judaísmo, como o templo e as festas, sugerindo que ele é a realização do que essas práticas simbolizavam. Isso abre a possibilidade de que o Shabbat, como uma instituição, também seja reinterpretado à luz da missão de Jesus.
Esse estudo enfatiza a complexidade da relação de Jesus com a Lei e o Shabbat, sublinhando que, no pensamento joanino, a obra de Cristo é vista como uma nova revelação que vai além do cumprimento da Lei mosaica. -
O Shabbath no Antigo TestamentoCap. 1
No contexto bíblico, o Shabbath é apresentado como uma ordenança divina com significados profundos:
Êxodo 16: O Shabbath é introduzido como um tempo de descanso para os israelitas.
Êxodo 20: No Decálogo, o Shabbath é um dia santo "ao Senhor", onde todo o trabalho deve cessar.
Êxodo 23 e 31: O Shabbath é associado a questões sociais e espirituais, como descanso para servos e animais, sendo também um sinal perpétuo da aliança com Deus.
Deuteronômio 5: Lembra os israelitas de que o Shabbath é um lembrete de sua libertação do Egito.
Dressler conclui que o Shabbath é um símbolo de aliança entre Deus e Israel, com dupla motivação: teológica (para lembrar o descanso divino e o compromisso com Deus) e social (para promover o bem-estar do povo, incluindo servos e animais).
O mandamento do Shabbath
Ex 35:3 Não acendam fogo em nenhuma das suas moradas no dia do sábado.
Ex 16:22-30 22 No sexto dia, colheram alimento em dobro, quatro litros para cada um. E os principais da congregação vieram e contaram isso a Moisés. 23 Ele respondeu: — Isto é o que disse o SENHOR: “Amanhã é repouso, o santo sábado dedicado ao SENHOR. O que vocês quiserem assar no forno, assem, e o que quiserem cozinhar em água, cozinhem; e tudo o que sobrar separem, guardando para a manhã seguinte.” 24 E guardaram-no até a manhã seguinte, como Moisés havia ordenado; e não cheirou mal, nem deu bichos. 25 Então Moisés disse: — Comam isto hoje, pois hoje é o sábado dedicado ao SENHOR; hoje vocês não encontrarão nada no campo. 26 Seis dias vocês o recolherão, mas o sétimo dia é o sábado; nele, não haverá nada a recolher. 27 No sétimo dia algumas pessoas saíram para o recolher, porém não o acharam. 28 Então o SENHOR disse a Moisés: — Até quando vocês se recusarão a guardar os meus mandamentos e as minhas leis? 29 Vejam! O SENHOR deu a vocês o sábado; por isso, ele, no sexto dia, lhes dá alimento para dois dias; cada um fique onde está, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia. 30 Assim, o povo descansou no sétimo dia.
Ex 20:8-11 8 — Lembre-se do dia de sábado, para o santificar. 9 Durante seis dias você pode trabalhar e fazer toda a sua obra, 10 mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao SENHOR, seu Deus. Não faça nenhum trabalho nesse dia, nem você, nem o seu filho, nem a sua filha, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu animal, nem o estrangeiro das suas portas para dentro. 11 Porque em seis dias o SENHOR fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou.
Ex 23:12 — Durante seis dias você fará o seu trabalho, mas, no sétimo dia, descanse, para que descanse também o seu boi e o seu jumento, e para que o filho da sua escrava e o estrangeiro se revigorem.
Ex 31:12-17 12 Disse mais o SENHOR a Moisés: 13 — Fale aos filhos de Israel e diga-lhes o seguinte: “Certamente vocês guardarão os meus sábados, pois é sinal entre mim e vocês de geração em geração, para que vocês saibam que eu sou o SENHOR, que os santifica. 14 Portanto, guardem o sábado, porque é santo para vocês. Aquele que o profanar morrerá; quem nesse dia fizer alguma obra será eliminado do meio do seu povo. 15 Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do repouso solene, santo ao SENHOR; quem fizer alguma obra no dia do sábado morrerá. 16 Os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua de geração em geração. 17 Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em seis dias, o SENHOR fez os céus e a terra e, no sétimo dia, descansou e tomou alento.”
Ex 35:2 Durante seis dias vocês podem trabalhar, mas o sétimo dia lhes será santo, o sábado do repouso solene ao SENHOR; quem nele trabalhar morrerá.
Ex 35:3 Não acendam fogo em nenhuma das suas moradas no dia do sábado.
Ex 16:23 Ele respondeu: — Isto é o que disse o SENHOR: “Amanhã é repouso, o santo sábado dedicado ao SENHOR. O que vocês quiserem assar no forno, assem, e o que quiserem cozinhar em água, cozinhem; e tudo o que sobrar separem, guardando para a manhã seguinte.”
Lv 23:3 — Seis dias vocês trabalharão, mas o sétimo dia será o sábado de descanso solene, santa convocação; não façam nenhuma obra; é sábado dedicado ao SENHOR onde quer que vocês morarem.
Ex 35:3 Não acendam fogo em nenhuma das suas moradas no dia do sábado.
Lv 26:2 Guardem os meus sábados e reverenciem o meu santuário. Eu sou o SENHOR.
Lv 19:30 Guardem os meus sábados e reverenciem o meu santuário. Eu sou o SENHOR.
Dt 5:12-15 12 — “Guarde o dia de sábado, para o santificar, como o SENHOR, seu Deus, lhe ordenou. 13 Durante seis dias você pode trabalhar e fazer toda a sua obra, 14 mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao SENHOR, seu Deus; não faça nenhum trabalho nesse dia, nem você, nem o seu filho, nem a sua filha, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento ou qualquer outro dos seus animais, nem o estrangeiro das suas portas para dentro, para que o seu servo e a sua serva descansem como você. 15 Lembre-se de que você foi escravo na terra do Egito e que o SENHOR, seu Deus, o tirou de lá com mão poderosa e braço estendido. Por isso o SENHOR, seu Deus, ordenou que você guardasse o dia de sábado.”
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Proibições e Definição do Trabalho: A única proibição clara associada ao Shabbath é “não farás nenhum trabalho”, entendido como as atividades ocupacionais diárias e comuns que os israelitas realizavam. A proibição é ilustrada pelo episódio do maná no deserto, onde o povo foi instruído a coletar porções duplas na véspera do Shabbath para que no dia santo não precisassem realizar trabalho algum. Esta definição de trabalho incluía, posteriormente, até o acendimento de fogo e o transporte de bens comerciais.
Instituição do Shabbath: A origem do Shabbath pode ser interpretada de duas maneiras: como uma “lei da criação” universal ou um preceito específico para Israel com base no padrão estabelecido por Deus no descanso após a criação (Gênesis 2). No entanto, o texto argumenta que Gênesis 2 refere-se ao “sétimo dia” sem uma clara relação ao Shabbath, e que o descanso de Deus simboliza um futuro descanso escatológico, mais do que uma regra diretamente aplicável a todas as gerações. Assim, o Shabbath é visto não como uma “lei da criação”, mas como um mandamento para Israel, formalizado no Sinai.
Shabbath como Sinal da Aliança: O Shabbath é descrito como um “sinal” da aliança entre Deus e Israel, reforçando a relação entre o povo e o Criador. Toda celebração do Shabbath lembrava Israel de sua aliança com Deus, e desrespeitá-la era profanar essa relação. O Shabbath também incluía o ano sabático e o ano de jubileu, que estendiam o descanso até a terra, refletindo o descanso redentor de Deus. O ano de jubileu reforçava o papel de Deus como Redentor ao restaurar a liberdade e as propriedades dos israelitas.
Promessa do Shabbath: Embora o Pentateuco não contenha promessas específicas, outros textos bíblicos sugerem recompensas para aqueles que guardam o Shabbath. Essas recompensas incluem paz, alegria e prosperidade, com bênçãos especiais para os marginalizados como eunucos e estrangeiros que observam o Shabbath. -
Os primeiros Cristãos e o ShabbathCap. 7
E. Lohse, “Apesar de a igreja cristã ter se libertado do Shabbath, adotou uma semana de sete dias e manteve praticamente inalterado o sistema judaico de numeração, contando os dias até o Shabbath e conferindo proeminência especial ao Dia do Senhor”.
A designação mais antiga para o Dia do Senhor é “primeiro dia da semana”:
Mc 16.2; Jo 20.1,19; At 20.7; ICo 16.2).
Reconhecimento da igreja primitiva da sequência sabática de tempo. -
Quais as evidências da mudança no tempo (dia) do culto?ARA
O próprio fato das mudanças nos outros aspectos do culto, como sacramentos, geografia e oficiantes - elementos fundamen-tais para a realização do culto - por si só já são poderosos indicativos de que o estabe-lecimento da Nova Aliança também provoca mudança no tempo do culto.
Nós, os cristãos, observamos o Shabbath do primeiro dia por que:
1. Esse é o glorioso dia da ressurreição do nosso Senhor (Mt 28.1). E esse fato ben-dito sela a mudança do dia da adoração. O escritor sagrado argumenta que assim como Deus o Pai descansou de suas obras de criação, Cristo descansou de suas obras de redenção (Hb 4. 9-10). Esse descanso se dá em sua ressurreição. Dessa forma, o descanso da Antiga Aliança foi no término da obra de criação de Deus o Pai, na Nova Aliança no término da obra de redenção de Deus o Filho.
2. Cristo deliberadamente escolheu realizar suas aparições a seus discípulos sempre no primeiro dia (Jo 20.19,26; Ap 1.10), isso não foi por acaso.
3. Para marcar uma nova era na vida da Igreja, tempo de cumprimentos das pro-messas da Aliança, o Espírito Santo é der-ramado sobre a Igreja no primeiro dia da semana, por ocasião do pentecostes (At 2).
4. Os apóstolos e a Igreja entenderam bem tudo isso e puseram o primeiro dia no lugar do sétimo. Era esse o dia no qual eles se reuniam para a proclamação da Palavra e celebração dos sacramentos (At 20.7). Esse era o dia de suas assembléias públicas (1Co 16.1-2). O apóstolo o chama de "o dia do Senhor" (Ap 1.10).
5. Some-se a isso o inesgotável testemunho da história de que a observância do pri-meiro dia era a prática inquestionável da igreja pós-apostólica. Alguns adventistas que desconhecem a história acusam os cristãos de prática pagã na adoração, já que passaram a adorar no domingo como resultado da ordem do imperador Constantino A calúnia é desmascarada se con¬siderarmos um único documento, o Dida- quê. Escrito séculos antes de Constantino assumir o trono imperial, nos oferece um claro testemunho da adoração da igreja no primeiro dia da semana quando relata no capítulo 14 que a celebração domini¬cal deve ocorrer no dia do Senhor (Didaquê 14.1). -
Razões para o mandamento do ShabbatCap. 1
Razões duplas
Razão Dupla:
1º Verticais:
- Religiosa/ teológica, cronograma divino, 6 dias de trabalho
2º Horizontais:
- Social: Trabalhador necessita de um dia de descanso
O Shabbath é mais do que uma imitação do padrão divino ou uma expressão de preocupação social;
- É um sinal, uma “aliança perpétua” entre Deus e seu povo.
Esse sinal mostra a graça de Deus (ao santificar seu povo),
-- a santidade de Deus (para o povo e Yahweh) e
-- a autoridade de Deus (uma aliança que deve ser obedecida).
Dentro do contexto dessa relevância teológica, não causa surpresa encontrar a pena de morte associada a esse mandamento. -
Resumo da pergunta: O domingo se tornou o novo sábado?Cap. 7
Nas passagens do Novo Testamento comentadas neste estudo, as evidên¬cias indicam que a divisão sabática do tempo foi mantida, enquanto o conceito do Shabbath passou por uma transformação. Os primeiros cristãos guardavam o ciclo semanal, uma vez que prestavam culto ao Senhor no primeiro dia dentre sete. Porém, a perspectiva teológica das passagens estudadas indica que a ligação entre o primeiro dia e o Shabbath do Antigo Testamento não era vista em termos de um dia de descanso físico, mas de celebração do verdadeiro descanso do Shabbath na salvação concedida pelo Cristo a quem os cristãos adoravam e com o qual tinham comunhão. De acordo com as evidências da perspectiva dos autores do Novo Testamento, não há qualquer justificação para se aplicar o descanso físico do Antigo Testamento ao Dia do Senhor do Novo Testamento.
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Resumo do Capítulo 4Cap. 4
As observações finais do texto sintetizam as conclusões do estudo sobre a relação de Jesus com o Shabbat, destacando aspectos teológicos e exegéticos que foram discutidos ao longo da análise. Aqui estão os pontos principais apresentados:
Inexistência de Provas de Transgressão da Torá: O texto ressalta que não há evidências de que Jesus tenha transgredido a Torá no que se refere ao Shabbat. No entanto, isso não implica que a observância do Shabbat seja obrigatória para os cristãos, assim como não se pode exigir a realização de sacrifícios no templo.
Transgressões da Halaká: Jesus desconsidera as regras da Halaká (interpretações rabínicas da Lei) em relação ao Shabbat, indicando que a rigidez dessas regras vai contra a verdadeira intenção de Deus. Ele critica a complexidade e o excessivo rigor das normas que cercam a observância do Shabbat.
Iniciação dos Conflitos: Não há evidências de que Jesus tenha buscado deliberadamente discutir o Shabbat. Os conflitos surgem, na verdade, em resposta ao ódio dos fariseus, que usam a observância do Shabbat como uma acusação contra ele.
Controvérsias e Declarações Messiânicas: As disputas sobre o Shabbat acabam servindo como um meio para Jesus fazer declarações sobre sua messianidade. Isso enfatiza sua autoridade suprema sobre a Lei, levando a um deslocamento do debate legal para questões cristológicas.
Profecia da Lei: A Lei, incluindo o Shabbat, é vista como profética em relação a Jesus e ao seu ministério, sugerindo que sua compreensão da Lei deve ser vista à luz da revelação de quem ele é.
Acusações no Julgamento de Jesus: Apesar de as controvérsias sobre o Shabbat terem contribuído para a condenação de Jesus, não houve uma acusação formal de profanação do Shabbat durante seu julgamento. Isso pode ser atribuído à dificuldade em encontrar testemunhas coerentes ou à falta de peso da Halaká para sustentar tal acusação.
Visão Negativa do Shabbat: A visão de Jesus sobre o Shabbat é frequentemente expressa em termos negativos, mostrando o que a Lei não exige, mas também indica que o descanso do Shabbat está conectado ao plano escatológico de Deus para a salvação da humanidade.
Nenhuma Indicação para Mudança do Shabbat: O texto destaca que não há evidências de que Jesus tenha sugerido que o primeiro dia da semana deveria substituir o Shabbat.
Compreensão dos Primeiros Cristãos: Os primeiros cristãos não consideravam o Shabbat como algo ultrapassado; eles compreenderam o significado dos ensinamentos de Jesus sobre o Shabbat e sua relação com a nova aliança.
Função do Shabbat e Outras Leis: Embora o Shabbat atenda a uma necessidade humana de descanso, outras leis do Antigo Testamento também desempenham papéis semelhantes. A necessidade de descanso é reconhecida, mas isso não implica que a observância do Shabbat deva ser considerada uma lei moral, a menos que todas as leis que servem a propósitos semelhantes sejam tratadas da mesma forma.
Essas observações finais articulam uma compreensão abrangente da abordagem de Jesus em relação ao Shabbat, destacando a importância de ver essas questões através da lente de sua identidade messiânica e do cumprimento da Lei, e não apenas através de uma perspectiva legalista.