DSM
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Diagnósticos
Aug. 22, 2025
Português
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Transtorno de AdaptaçãoDSM 5-TR
Resumo Detalhado: Transtorno de Adaptação
1. Critérios Diagnósticos
- Critério A: Desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais em resposta a um ou mais estressores identificáveis, ocorrendo dentro de 3 meses após o início do(s) estressor(es).
- Critério B: Os sintomas são clinicamente significativos, manifestados por:
- Sofrimento intenso desproporcional à gravidade do estressor (considerando contexto cultural);
- Prejuízo significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas da vida.
- Critério C: A perturbação não satisfaz os critérios para outro transtorno mental e não é apenas uma exacerbação de um transtorno preexistente.
- Critério D: Os sintomas não representam luto normal e não são melhor explicados por transtorno do luto prolongado.
- Critério E: Os sintomas não persistem por mais de 6 meses após o término do estressor ou de suas consequências.
2. Subtipos
- F43.21 Com humor deprimido: Predomínio de humor deprimido, choro fácil ou desesperança.
- F43.22 Com ansiedade: Predomínio de nervosismo, preocupação, inquietação ou ansiedade de separação.
- F43.23 Com misto de ansiedade e humor deprimido: Combinação de depressão e ansiedade.
- F43.24 Com perturbação da conduta: Predomínio de alterações comportamentais.
- F43.25 Com perturbação mista das emoções e da conduta: Sintomas emocionais e comportamentais simultâneos.
- F43.20 Não especificado: Reações mal-adaptativas que não se enquadram nos subtipos acima.
3. Especificadores de Duração
- Agudo: Sintomas persistem por menos de 6 meses.
- Persistente (Crônico): Sintomas persistem por 6 meses ou mais, apenas em resposta a um estressor crônico ou com consequências duradouras.
4. Características Diagnósticas
- Os sintomas surgem em resposta a um estressor identificável, que pode ser único, múltiplo, recorrente ou contínuo.
- Pode ocorrer após eventos de vida significativos (ex.: divórcio, doença, mudanças desenvolvimentais).
- Pode ser diagnosticado após morte de ente querido se as reações de luto excederem o esperado cultural e religiosamente, mas sem preencher critérios para transtorno do luto prolongado.
5. Prevalência
- É um diagnóstico comum em settings clínicos.
- Estima-se que 5 a 20% dos pacientes em ambulatórios de saúde mental tenham esse diagnóstico como principal.
- Taxas podem ser maiores em mulheres.
- Em serviços de interconsulta psiquiátrica em hospitais (Austrália, Canadá, Israel, EUA), foi o diagnóstico mais frequente na década de 1990, ultrapassando 50% dos casos em alguns contextos.
6. Observações Importantes
- Diferencia-se de outros transtornos por sua relação temporal direta com um estressor e por não atender aos critérios de transtornos como depressão maior ou TEPT.
- A duração máxima dos sintomas é de 6 meses após o fim do estressor, a menos que haja um estressor contínuo ou crônico. -
Transtorno de Ansiedade GeneralizadaDSM 5-TR
Resumo Detalhado: Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
1. Critérios Diagnósticos (F41.1)
- Critério A: Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva) ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos 6 meses, envolvendo diversos eventos ou atividades (ex.: trabalho, escola, vida familiar).
- Critério B: O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.
- Critério C: A ansiedade e preocupação estão associadas a três ou mais dos seguintes sintomas (apenas um é necessário para crianças), presentes na maioria dos dias nos últimos 6 meses:
1. Inquietação ou sensação de nervos à flor da pele.
2. Fatigabilidade.
3. Dificuldade de concentração ou "branco" na mente.
4. Irritabilidade.
5. Tensão muscular.
6. Perturbação do sono (dificuldade em adormecer, manter o sono ou sono inquieto/insatisfatório).
- Critério D: Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes.
- Critério E: A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (drogas, medicamentos) ou a outra condição médica (ex.: hipertireoidismo).
- Critério F: A perturbação não é melhor explicada por outro transtorno mental (ex.: transtorno de pânico, ansiedade social, TOC, TEPT, etc.).
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2. Características Diagnósticas
- A ansiedade e preocupação são excessivas e desproporcionais à real probabilidade ou impacto dos eventos antecipados.
- As preocupações são generalizadas e abrangem múltiplas áreas (ex.: trabalho, saúde, finanças, família).
- Dificuldade de controlar a preocupação, que interfere na atenção a tarefas do dia a dia.
- Em crianças, as preocupações geralmente giram em torno de competência e desempenho (ex.: escolar, esportivo).
- O foco da preocupação pode mudar ao longo do tempo.
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3. Diferenciação da Ansiedade Não Patológica
- Preocupações excessivas e com interferência significativa no funcionamento (vs. preocupações cotidianas manejáveis).
- Maior intensidade, duração e abrangência (preocupações sem precipitantes claros).
- Presença de sintomas físicos (ex.: inquietação, fadiga, tensão muscular) que não acompanham ansiedade normal.
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4. Comorbidades Comuns
- Frequentemente coexiste com outros transtornos de ansiedade (ex.: fobias, pânico), transtornos depressivos e transtorno por uso de substâncias.
- Em crianças, pode estar associado a ansiedade de separação ou transtorno de humor.
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5. Observações Clínicas
- A avaliação deve descartar condições médicas (ex.: hipertireoidismo) ou uso de substâncias que possam simular os sintomas.
- Em idosos, as preocupações podem estar mais relacionadas a questões de saúde ou segurança.
- O tratamento geralmente combina terapia cognitivo-comportamental (TCC) e medicação (ex.: ISRS, benzodiazepínicos com cautela). -
Transtorno depressivo maiorDSM 5-TR
Resumo Detalhado: Transtorno Depressivo Maior
1. Critérios Diagnósticos
- Critério A: Presença de cinco ou mais dos seguintes sintomas durante pelo menos duas semanas, representando uma mudança em relação ao funcionamento anterior. Pelo menos um deve ser humor deprimido ou perda de interesse/prazer (anedonia):
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias (em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável).
2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em quase todas as atividades.
3. Alteração significativa de peso ou apetite (perda/ganho de >5% do peso em 1 mês).
4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias.
5. Agitação ou retardo psicomotor observáveis por outros.
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva/inapropriada.
8. Dificuldade de concentração, pensamento ou indecisão.
9. Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida ou tentativa de suicídio.
- Critério B: Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou outras áreas importantes.
- Critério C: O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou outra condição médica.
- Critério D: O episódio não é melhor explicado por outros transtornos psicóticos (ex.: esquizofrenia, transtorno esquizoafetivo).
- Critério E: Nunca houve episódio maníaco ou hipomaníaco (a menos que induzido por substância/condição médica).
2. Codificação e Especificadores
- O código diagnóstico varia conforme:
- Episódio único (F32.x) ou recorrente (F33.x).
- Gravidade: Leve, Moderada, Grave.
- Presença de características psicóticas (codificar independentemente da gravidade).
- Estado de remissão: Parcial ou Completa.
- Especificadores clínicos (aplicáveis ao episódio atual):
- Com sintomas ansiosos
- Com características mistas
- Com características melancólicas
- Com características atípicas
- Com características psicóticas (congruentes ou não com o humor)
- Com catatonia (código adicional F06.1)
- Com início no periparto
- Com padrão sazonal (aplica-se ao padrão de recorrência)
3. Características Diagnósticas
- Período mínimo de 2 semanas com sintomas persistentes.
- Humor deprimido ou irritável (em jovens) e anedonia são centrais.
- Sintomas devem representar uma mudança clara em relação ao estado anterior.
- Sintomas somáticos (fadiga, alterações de sono/apetite) são frequentes.
- Alterações psicomotoras (agitação/retardo) indicam maior gravidade.
- Ideação suicida deve ser avaliada com cuidado; a negação de planos não elimina o risco.
4. Aspectos Importantes
- Em crianças e idosos, a apresentação pode ser atípica (ex.: irritabilidade, queixas somáticas, declínio cognitivo).
- Em condições médicas crônicas, sintomas como fadiga ou alterações de peso devem ser interpretados com cautela—sintomas não vegetativos (ex.: culpa, anedonia) são mais específicos.
- O luto pode se sobrepor à depressão, mas a persistência de sintomas além do esperado culturalmente e a presença de sentimento de inutilidade sugerem episódio depressivo maior.
- O risco de suicídio deve ser sempre avaliado, mesmo em casos leves.
5. Observações Clínicas
- A avaliação deve incluir informantes (familiares, amigos) devido à possível subnotificação de sintomas.
- Episódios em idosos podem ser confundidos com demência (“pseudodemência”), mas a memória geralmente melhora com o tratamento da depressão.
- Especificadores ajudam a orientar o tratamento (ex.: características psicóticas exigem abordagem específica). -
Transtorno do Luto prolongadoDSM 5- TR
Critérios e desenvolvimento
Claro. Segue o texto formatado conforme solicitado:
Resumo Detalhado: Transtorno do Luto Prolongado
1. Critérios Diagnósticos (F43.81)
O diagnóstico requer que a morte de uma pessoa próxima tenha ocorrido há pelo menos 12 meses (ou 6 meses para crianças e adolescentes). A resposta ao luto deve ser persistente e clinicamente significativa, atendendo aos seguintes critérios:
- Critério B: Presença de pelo menos um dos seguintes sintomas na maioria dos dias, quase diariamente no último mês:
- Saudade intensa da pessoa falecida.
- Preocupação com pensamentos ou memórias dela (em jovens, foco nas circunstâncias da morte).
- Critério C: Presença de pelo menos três dos seguintes sintomas na maioria dos dias, quase diariamente no último mês:
1. Perturbação da identidade (ex.: sentir que parte de si morreu).
2. Descrença quanto à morte.
3. Evitação de lembranças da morte (em jovens, evitar situações que lembrem o falecido).
4. Dor emocional intensa (raiva, amargura, tristeza).
5. Dificuldade de reintegração em relacionamentos e atividades.
6. Apatia emocional (redução acentuada de emoções).
7. Sentimento de que a vida perdeu o sentido.
8. Solidão intensa.
- Critério D: O transtorno causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo funcional (social, profissional etc.).
- Critério E: A reação excede claramente as normas sociais, culturais ou religiosas esperadas.
- Critério F: Os sintomas não são melhor explicados por outros transtornos (ex.: depressão maior, TEPT) ou por efeitos de substâncias/condições médicas.
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2. Características Diagnósticas
- É uma reação de luto prolongada e mal-adaptativa.
- A duração do luto "normal" varia entre culturas e indivíduos, mas o transtorno é identificado quando persiste além do esperado.
- Os sintomas devem ser clinicamente significativos e presentes quase diariamente no último mês.
- O transtorno ocorre em ambos os gêneros e em diversos contextos socioculturais.
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3. Características Associadas
- Cognições mal-adaptativas (ex.: culpa excessiva, visão negativa do futuro).
- Queixas somáticas (ex.: alterações no apetite, sintomas similares aos do falecido).
- Comportamentos de risco à saúde (falta de autocuidado).
- Alucinações (ex.: ouvir a voz do falecido) são mais comuns neste transtorno e podem estar ligadas à ruptura de identidade.
- Outros sintomas: ressentimento, raiva, inquietação, culpa dirigida a outros, distúrbios do sono.
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4. Prevalência
- A prevalência exata segundo o DSM-5 é desconhecida.
- Metanálises com critérios distintos (mínimo de 6 meses de luto) sugerem uma prevalência combinada de 9,8% em estudos de quatro continentes, com variação metodológica significativa.
- Populações expostas a traumas têm taxas mais altas.
- Países ocidentais de alta renda podem ter maior prevalência que países asiáticos, mas estudos na China mostraram variação substancial.
- Entre jovens norte-americanos enlutados, a taxa estimada é de 18% (para o transtorno de luto complexo persistente, listado na Seção III do DSM-5).