Eleição e Reprovação
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June 13, 2025
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EleiçãoGrudem Cap 32
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Aqui está o resumo estruturado conforme solicitado, preservando todas as referências bíblicas e conceitos essenciais:
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ELEIÇÃO E REPROVAÇÃO
A. O Novo Testamento ensina a predestinação?
Sim, com clareza:
1. Atos 13:48: Creram os "destinados para a vida eterna".
2. Romanos 8:28-30: Deus predestina os que conheceu de antemão, garantindo chamado, justificação e glorificação.
3. Romanos 9:11-13: Eleição de Jacó (não Esaú) antes do nascimento, por decreto divino.
4. Romanos 11:7: Israel dividido entre eleitos (salvos) e "endurecidos" (reprovados).
5. Efésios 1:4-6, 12: Crentes escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo.
6. 1 Tessalonicenses 1:4-5 e 2 Tessalonicenses 2:13: A fé prova a eleição desde o princípio.
7. Apocalipse 13:7-8; 17:8: Os não eleitos são cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo.
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B. Como o NT apresenta o ensino da eleição?
1. Consolo (Rm 8:28-30):
- Garante que todas as coisas cooperam para o bem dos eleitos.
- A predestinação assegura transformação na imagem de Cristo.
2. Motivo de louvor (Ef 1:5-6; 1:12; 2 Ts 2:13):
- A salvação é "para louvor da glória de Sua graça".
- Leva a agradecer a Deus, não ao mérito humano.
3. Incentivo à evangelização (2 Tm 2:10):
- Paulo sofre "por causa dos eleitos", certos de que crerão.
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C. Equívocos sobre a eleição
- Predestinação ≠ "dupla predestinação":
- Termo evitado por teólogos reformados, pois sugere equivalência entre eleição (ato ativo de salvar) e reprovação (ato permissivo de "endurecer" os que rejeitam a graça, Rm 11:7).
- Base da eleição:
- Não é mérito humano (2 Tm 1:9; Rm 9:11), mas vontade soberana de Deus (Ef 1:5).
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D. Objeções à doutrina da eleição
1. Injustiça divina?
- Resposta: Todos merecem condenação (Rm 9:14-18); a eleição é graça imerecida.
2. Anula responsabilidade humana?
- Resposta: O incrédulo é punido por sua própria rejeição (At 13:46), não por decreto causal.
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E. Doutrina da reprovação
- Definição: Decisão de Deus de preterir os não eleitos, punindo-os por seus pecados (Rm 9:22).
- Mecanismo:
- Ativo na eleição (Ef 1:4).
- Permissivo na reprovação: "Endurece" os que persistem na incredulidade (Rm 11:7).
- Justiça: A punição é devida ao pecado humano, não a um decreto arbitrário (Rm 1:18-20).
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F. Aplicação prática
1. Segurança: A eleição garante a eficácia da salvação (Jo 6:39; Rm 8:30).
2. Humildade: Elimina o orgulho, pois a salvação é obra exclusiva de Deus (Ef 2:8-9).
3. Evangelismo ousado: A certeza de que os eleitos crerão fortalece a proclamação (At 18:10).
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NOTAS
1. A eleição é o primeiro passo no ordo salutis (ordem da salvação), embora cronologicamente anteceda a obra de Cristo.
2. Ordo Salutis:
`1. Eleição → 2. Chamado → 3. Regeneração → ... → 10. Glorificação`.
3. Predestinação é termo abrangente (inclui eleição e reprovação), mas não simétrico.
Conclusão: A doutrina glorifica a Deus (Ef 1:6), consola os eleitos (Rm 8:28) e estimula a evangelização (2 Tm 2:10), reafirmando soberania divina e responsabilidade humana. -
Equívocos sobre a EleiçãoGrudem Cap 32
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C. Equívocos sobre a Eleição
1. A eleição NÃO é fatalista nem mecanicista
- Fatalismo (escolhas humanas não importam) é refutado pelas Escrituras:
- Deus convida pessoalmente ao arrependimento (Ez 33:11) e à fé (Mt 11:28; Ap 22:17).
- Jesus lamenta a rejeição humana (Mt 23:37; Jo 5:40), mostrando que as escolhas têm consequências eternas (Jo 3:18).
- Mecanicismo (seres como robôs) é contrariado:
- A salvação é obra de um Deus pessoal que estabelece relação (Ef 1:5).
- Os crentes são tratados como agentes morais que respondem ao evangelho (At 18:9-11; 1Ts 1:4-5).
- Implicação prática: A pregação do evangelho é essencial, pois a fé vem pelo ouvir (Rm 10:14,17). Paulo sofreu pelos eleitos, sabendo que sua ação era instrumental (2Tm 2:10).
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2. A eleição NÃO se baseia na presciência da fé humana
Argumentos bíblicos:
- a. "Conhecer" em Rm 8:29 refere-se a relacionamento, não a fatos:
- Deus "conhece" pessoas em sentido relacional (Gl 4:9; 1Co 8:3), não prevê ações futuras.
- b. Nenhum texto diz que Deus elegeu com base na fé:
- Jacó foi eleito antes de nascer, sem considerar obras (Rm 9:11-13).
- A eleição é "pela graça", não por mérito (Rm 11:5-6).
- c. Basear a eleição na fé anularia a graça:
- Se a fé fosse o critério, o homem teria motivo para orgulho (Ef 1:5-6; 2Tm 1:9).
- A salvação é atribuída exclusivamente à graça soberana de Deus.
- d. A presciência não garante livre-arbítrio:
- Se Deus vê o futuro como certo, o destino já está fixado por forças impessoais (contrariando a soberania divina).
Conclusão (e): A eleição é incondicional (Ef 1:4-5):
- Baseia-se apenas na vontade soberana e no amor imerecido de Deus, não em qualidades humanas.
Síntese Final
A eleição bíblica:
- Preserva a pessoalidade divina (Deus age com amor, não como força impessoal).
- Mantém a responsabilidade humana (o homem responde ao convite do evangelho).
- Exalta a graça soberana (a salvação é iniciativa divina, não mérito humano).
"Deus nos escolheu ... para sermos santos e irrepreensíveis ... e nos predestinou para ele, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1:4-5). -
Objeções a doutrina da EleiçãoGrudem Cap 32
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Aqui está o resumo das objeções à doutrina da eleição, preservando os versículos bíblicos citados:
D. Objeções à Doutrina da Eleição
(Nota: Esta visão não é unânime no cristianismo, sendo majoritariamente aceita em círculos reformados/calvinistas, mas rejeitada por metodistas e outros grupos evangélicos)
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1. "A eleição significa que não temos opção de aceitar Cristo"
Resposta:
- Nossas escolhas são voluntárias e reais, ainda que Deus as governe soberanamente (Jo 5:40; Mt 23:37).
- A objeção pressupõe erroneamente que "liberdade" exige ausência total da ação divina.
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2. "Nossas escolhas não são reais"
Resposta:
- Deus define o que é "real"; Ele declara nossas escolhas genuínas (Rm 9:20).
- Não há base bíblica para exigir que escolhas sejam "livres de Deus" para serem válidas.
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3. "Somos marionetes, não pessoas reais"
Resposta:
- Humanos têm vontade genuína e são imagem de Deus (Gn 1:27).
- A capacidade de escolher nos distingue de robôs, pois agimos conforme nossos desejos.
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4. "Os incrédulos jamais tiveram chance de crer"
Resposta:
- Bíblia atribui a rejeição à vontade humana:
- "Vós não o quisestes!" (Mt 23:37).
- "Não quereis vir a mim" (Jo 5:40).
- "Sois do diabo ... e quereis satisfazer-lhe os desejos" (Jo 8:43-44).
- Todos são "indesculpáveis" (Rm 1:20).
- Resposta final: "Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?" (Rm 9:20).
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5. "A eleição é injusta"
Resposta:
- Deus não é obrigado a salvar ninguém:
- Anjos pecadores foram condenados (2Pe 2:4).
- Salvar alguns é graça, não injustiça.
- Soberania divina:
- "Deus tem misericórdia de quem quer e endurece a quem lhe apraz" (Rm 9:18).
- "Tem o oleiro direito sobre a massa ...?" (Rm 9:20-24).
- Acusar Deus de injustiça nega nossa condição de criaturas (Rm 9:20).
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6. "Deus deseja salvar todos (1Tm 2:4; 2Pe 3:9)"
Resposta:
- Distinção de vontades divinas:
- Vontade revelada: "Deseja que todos sejam salvos" (1Tm 2:4) e "não quer que nenhum pereça" (2Pe 3:9) são convites universais.
- Vontade secreta: Os decretos eternos de eleição (Rm 9).
- Arminianos vs. Reformados:
- Ambos concordam que há algo mais importante que salvar todos:
- Arminianos: Liberdade humana.
- Reformados: Glória de Deus (Rm 9:22-23).
- A posição reformada tem maior apoio bíblico explícito.
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Conclusão: As respostas fundamentam-se na soberania divina (Rm 9), responsabilidade humana (Jo 5:40; Mt 23:37) e graça imerecida (2Pe 2:4). -
ReprovaçãoGrudem Cap 32
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Doutrina da Reprovação
A reprovação é a decisão soberana de Deus na eternidade passada de não salvar alguns indivíduos, permitindo que sofram a punição por seus pecados, manifestando assim Sua justiça (Rm 9:22). É o aspecto complementar à eleição divina (Rm 11:7).
Fundamento Bíblico
As Escrituras ensinam claramente essa doutrina:
- Judas 1:4 menciona os que "foram antecipadamente pronunciados para esta condenação".
- Romanos 9:17-22 mostra Deus endurecendo Faraó e referindo-se aos "vasos de ira, preparados para a perdição".
- 1 Pedro 2:8 afirma que alguns "foram postos" para tropeçar na Palavra.
- Jesus agradece ao Pai por ocultar/revelar a salvação (Mt 11:25-26).
Natureza e Distinções Importantes
1. Assimetria entre Eleição e Reprovação:
- A eleição é ativa, fundamentada na graça e causa de alegria (Ef 1:3-6; 1Pe 1:1-3).
- A reprovação é permissiva (não levar em conta), fundamentada na justiça e traz tristeza a Deus (Ez 33:11).
- A causa da reprovação está no pecador (Jo 3:18-19; 5:40), não em Deus.
2. Propósito Divino:
- Manifesta a justiça, o poder e a ira de Deus (Rm 9:22).
- Destaca a misericórdia aos eleitos (Rm 9:23).
- Glorifica a Deus (Rm 9:22-23).
Tensão Emocional e Resposta Humana
- A doutrina provoca terror e tristeza (Rm 9:1-4), refletindo o próprio sentimento de Deus (Ez 33:11).
- Deve ser aceita como justa e legítima, ainda que incompreensível, por ser revelação bíblica.
- O decreto divino da reprovação, embora cause tristeza a Deus, visa a glória suprema dEle (Rm 9:22-23).
Nota: O termo "predestinação dupla" é inadequado por ignorar as diferenças essenciais entre eleição (graça) e reprovação (justiça).