Cristologia
Estudo sobre Cristo
24 verses
Prova da Aliança
March 20, 2025
pt_BR
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A. A HUMANIDADE DE CRISTOW. G. Cristologia
1. O nascimento virginal
2. Fraquezas e Limitações Humanas
3. Impecabilidade
4. Jesus poderia ter pecado?
5. Por que era necessário que Jesus fosse plenamente humano?
6. Jesus será um homem para sempre -
Alegações Bíblicas Diretas da Divindade de JesusW. G. Cristologia
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1. Alegações Bíblicas Diretas da Divindade de Jesus
a. A palavra Deus (theos) atribuída a Cristo
- Novo Testamento:
- "O Verbo era Deus" (Jo 1:1).
- "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20:28).
- "Cristo ... Deus bendito para sempre" (Rm 9:5).
- "Grande Deus e Salvador, Cristo Jesus" (Tt 2:13).
- "Ao Filho diz: Ó Deus, o teu trono subsiste para sempre" (Hb 1:8; citando Sl 45:6).
- Antigo Testamento:
- "Seu nome será ... Deus Forte" (Is 9:6).
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b. A palavra Senhor (kyrios) atribuída a Cristo
- Significado de kyrios:
- Tradução de YHWH (nome divino) na Septuaginta.
- Exemplos no NT:
- "Nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor" (Lc 2:11).
- "A mãe do meu Senhor" (Lc 1:43).
- "Preparai o caminho do Senhor" (Mt 3:3; citando Is 40:3).
- "Disse o Senhor ao meu Senhor" (Mt 22:44; citando Sl 110:1).
- "Um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas" (1Co 8:6).
- "Tu, Senhor, fundaste a terra" (Hb 1:10; citando Sl 102:25).
- "REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES" (Ap 19:16).
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c. Outras Fortes Alegações de Divindade
1. Declaração "EU SOU":
- "Antes que Abraão existisse, EU SOU" (Jo 8:58; cf. Êx 3:14).
- Reação dos judeus: Tentaram apedrejá-lo por blasfêmia (Jo 8:59).
2. Alfa e Ômega:
- "Eu sou o Alfa e o Ômega ... o Princípio e o Fim" (Ap 22:13).
- Paralelo com "Eu sou o Alfa e o Ômega" (Ap 1:8, atribuído a Deus Pai).
3. O Verbo (Logos):
- "O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus ... e o Verbo se fez carne" (Jo 1:1,14).
- Ligação à criação (Sl 33:6) e à sabedoria cósmica (conceito grego).
4. Filho do Homem:
- Título usado 84 vezes por Jesus (e.g., Mt 16:13).
- Base em Daniel 7:13-14: "Filho do Homem ... recebeu domínio eterno".
- Jesus aplica a si mesmo: "Verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens" (Mt 26:64).
5. Filho de Deus:
- "Este é o meu Filho amado" (Mt 3:17; 17:5).
- Em João: Revela o Pai (Jo 1:18; 14:9), possui autoridade divina (Jo 5:22-23).
- Em Hebreus: "Resplendor da glória ... expressão exata do Ser de Deus" (Hb 1:3).
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Conclusão
As Escrituras afirmam explicitamente a divindade de Jesus por meio de:
1. Títulos divinos: Deus (theos) e Senhor (kyrios).
2. Declarações diretas: "EU SOU", "Alfa e Ômega", "Verbo".
3. Atributos eternos: Criador (Hb 1:10), Sustentador (Hb 1:3), Juiz universal (Ap 19:16).
4. Reações judaicas: Reconhecimento de blasfêmia (Jo 8:59; Mt 26:65).
"No princípio era o Verbo ... e o Verbo era Deus" (Jo 1:1). -
ApolinarianismoW. G. Cristologia
Apolinário e seu ensino
- Apolinário tornou-se bispo em Laodicéia por volta de 361 a.C.
- Ensinava que Cristo possuía um corpo humano, mas não uma mente ou um espírito humano.
- A mente e o espírito de Cristo, segundo ele, provinham da natureza divina do Filho de Deus.
Rejeição das ideias de Apolinário
- Os líderes da igreja rejeitaram seus ensinamentos.
- Compreenderam que não apenas o corpo humano necessitava de salvação e representação na obra redentora de Cristo, mas também a mente e o espírito (ou alma) humano.
- Para salvar a humanidade, Cristo precisava ser plena e verdadeiramente humano (Hb 2.17).
Condenação do Apolinarismo
- O apolinarismo foi rejeitado em diversos concílios eclesiásticos.
- A condenação começou no Concílio de Alexandria em 362 d.C.
- Foi definitivamente rejeitado no Concílio de Constantinopla em 381 d.C. -
B. A DIVINDADE DE CRISTOW. G. Cristologia
1. Alegações bíblicas diretas
2. Sinais de que Jesus possuía atributos de divindade
3. Teria Jesus desistido de algum atributo enquanto estava na terra (a teoria da kenosis)?
4. Conclusão: Cristo é plenamente divino
5. Seria a doutrina da encarnação "compreensível" hoje?
6. Por que é necessária a divindade de Jesus? -
C. A ENCARNAÇÃO: DIVINDADE E HUMANIDADE NA ÚNICA PESSOA DE CRISTOW. G. Cristologia
1. Três concepções inadequadas da pessoa de Cristo
2. A solução da controvérsia: a Definição de Calcedônia em 451 d.C.
3. Agrupamento de textos bíblicos específicos sobre a divindade e a humanidade de Cristo -
Como podemos reusmir o ensino bíblico acerca da pessoa de Cristo?W. G. Cristologia
1. Definição
Jesus Cristo foi plenamente Deus e plenamente homem em uma só pessoa e assim o será para sempre.
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Comunicação de AtributosW. G. Cristologia
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e. A "Comunicação" de Atributos
A união hipostática permite que atributos das naturezas divina e humana de Cristo sejam "comunicados" à pessoa de Cristo como um todo, sem confundir as naturezas.
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1. Da Natureza Divina para a Humana
A natureza humana de Cristo, unida à divina, recebeu:
- Dignidade para ser cultuada:
- Como homem, Jesus aceitou adoração (Mt 14:33; Jo 20:28), algo reservado só a Deus.
- Incapacidade de pecar (impecabilidade):
- Sua humanidade, unida à divindade, foi preservada do pecado (Hb 4:15; 1Pe 2:22).
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2. Da Natureza Humana para a Divina
A natureza divina de Cristo, unida à humana, permitiu:
- Experiência do sofrimento e da morte:
- Como Deus, Ele é imortal, mas como pessoa, sofreu e morreu (1Co 15:3; Mc 15:37).
- Capacidade de ser sacrifício substitutivo:
- Sendo homem, pôde representar a humanidade; sendo Deus, garantiu valor infinito à expiação (Hb 9:14).
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f. Conclusão
A encarnação é o maior milagre das Escrituras:
1. Infinito e finito unidos: O Filho eterno uniu-se a uma natureza humana, tornando-se Deus conosco (Mt 1:23).
2. Mistério eterno: A união das naturezas transcende a compreensão humana, revelando o amor insondável de Deus (Ef 3:18-19).
3. Fundamento da redenção:
- Só um Deus-homem poderia reconciliar a humanidade com Deus (1Tm 2:5).
"Grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado em carne ... foi recebido na glória" (1Tm 3:16). -
Conclusão: Cristo é Plenamente DivinoW. G. Cristologia
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4. Conclusão: Cristo é Plenamente Divino
O Novo Testamento afirma repetidamente a divindade plena de Jesus Cristo por meio de:
1. Títulos divinos:
- "Deus" (Jo 1:1; Rm 9:5; Tt 2:13) e "Senhor" (Fp 2:11; Ap 19:16).
- "Nele habita toda a plenitude da Divindade" (Cl 2:9).
2. Atributos divinos:
- Onipotência, onisciência, soberania e imortalidade (Mt 8:27; Jo 2:25; 10:18).
3. Culto universal:
- "Todo joelho se dobre ... e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor" (Fp 2:10-11).
A encarnação não é um mito, mas uma verdade central do cristianismo: "Emanuel, Deus conosco" (Mt 1:23).
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5. A Doutrina da Encarnação é "Compreensível" Hoje?
Objeções Modernas
No livro The Myth of God Incarnate (1977), autores argumentam que:
1. A Bíblia não é autoridade absoluta:
- Negam a inerrância e a confiabilidade das Escrituras.
2. A fé cristã evolui:
- Propõem abandonar a encarnação como "mito" ultrapassado.
3. Falta de coerência:
- Alegam que a encarnação é incompatível com a cosmovisão científica moderna.
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Resposta Evangélica
1. Autoridade das Escrituras:
- A Bíblia é revelação divina infalível (2Tm 3:16).
- O NT apresenta testemunho unificado sobre a divindade de Cristo (Jo 1:14; Cl 1:15-20).
2. Paradoxo, não contradição:
- A encarnação é um mistério (união de divindade e humanidade), mas não ilógico.
- "Grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne" (1Tm 3:16).
3. Rejeição do naturalismo:
- A encarnação pressupõe um Deus que intervém na história (milagres, ressurreição).
- A cosmovisão bíblica inclui o sobrenatural (Hb 1:1-2).
4. Coerência histórica:
- A igreja sempre defendeu a encarnação como doutrina essencial (Credo de Niceia, 325 d.C.).
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Conclusão Final
A encarnação não é um mito, mas:
1. Verdade revelada:
- "O Verbo se fez carne" (Jo 1:14).
2. Fundamento da salvação:
- "Cristo Jesus ... sendo em forma de Deus ... esvaziou-se a si mesmo" (Fp 2:5-7).
3. Chamado à fé, não à compreensão total:
- "Agora conhecemos em parte" (1Co 13:12), mas cremos no que Deus revelou.
"Quem nega o Filho, também não tem o Pai" (1Jo 2:23). -
Definição de Calcedônia 451 d.CW. G. Cristologia
Fiéis aos Santos Pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e verda¬deiramente homem, constando de alma racional e de corpo, consubstanciai com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo a divindade pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, mãe de Deus; um e só mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o Credo dos Santos Pais nos transmitiu.
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Distinção entre as Naturezas Divina e Humana de JesusW. G. Cristologia
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A: Distinção entre as Naturezas Divina e Humana de Jesus
1. Ações Distintas das Naturezas
- Natureza Humana:
- Ascensão ao céu: "Foi elevado às alturas" (At 1:9).
- Limitações físicas: Cansaço (Jo 4:6), fome (Mt 4:2), morte (Lc 23:46).
- Crescimento e aprendizado: "Crescia em sabedoria" (Lc 2:52).
- Natureza Divina:
- Onipresença: "Estou convosco todos os dias" (Mt 28:20).
- Onipotência: "Acalmou o vento e o mar" (Mt 8:26).
- Onisciência: "Sabia o que havia no homem" (Jo 2:25).
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2. Coexistência sem Confusão
- Sustentação do universo durante o sono:
- Enquanto Jesus dormia (natureza humana), sua natureza divina continuava "sustentando todas as coisas" (Hb 1:3).
- Paradoxo aceito por fé: A atividade divina não anula a humanidade genuína.
- Morte e ressurreição:
- Morte física: Experienciada pela natureza humana (Lc 23:46).
- Imortalidade divina: A natureza divina não morreu, mas participou do sofrimento redentor (At 2:24).
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3. Duas Vontades e Consciências
- Vontade humana: Submetida ao Pai (Lc 22:42).
- Vontade divina: Una com o Pai (Jo 10:30).
- Conciliação no Concílio de Constantinopla (681 d.C.):
- Rejeição do monotelismo (uma vontade).
- Afirmação de duas vontades (humana e divina), harmonizadas em obediência.
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4. Conhecimento Limitado e Onisciência
- Natureza humana: Ignorância do dia da volta (Mc 13:32).
- Natureza divina: Conhecimento de todas as coisas (Jo 21:17).
- Unidade pessoal: As duas naturezas coexistem sem conflito (Cl 2:9).
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5. Resposta às Tentações
- Como homem: "Tentado em todas as coisas" (Hb 4:15).
- Como Deus: "Não pode ser tentado pelo mal" (Tg 1:13).
- Vitória sobre o pecado: A vontade humana, apoiada pela divina, obedeceu perfeitamente (Rm 5:19).
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Conclusão: Mistério e Ortodoxia
A união hipostática (duas naturezas em uma pessoa) é um mistério revelado, não uma contradição:
1. Sem confusão: As naturezas mantêm suas propriedades (Calcedônia).
2. Sem divisão: A pessoa de Cristo é indivisível (Jo 1:14).
3. Necessária para a salvação:
- Só um Deus-homem poderia ser mediador perfeito (1Tm 2:5).
- A humanidade sofre a pena; a divindade garante o valor infinito do sacrifício (Hb 9:14).
"Grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado em carne ... foi recebido na glória" (1Tm 3:16). -
D. textos bíblicos específicos sobre a divindade e a humanidade de Cristo.W. G. Cristologia
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3. Agrupamento de textos bíblicos específicos sobre a divindade e a humanidade de Cristo.
a. Uma natureza faz algumas coisas que a outra não faz
b. Tudo o que uma das naturezas faz, a pessoa de Cristo faz
c. Títulos que nos lembram de uma natureza podem ser empregados em referência à pessoa., mesmo quando a ação é realizada pela outra natureza
d. Uma breve frase de resumo
e. A "comunicação" de atributos
f. Conclusão -
Fraquezas e Limitações Humanas de JesusW. G. Cristologia
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2. Fraquezas e Limitações Humanas de Jesus
a. Jesus possuía um corpo humano
- Nascimento e crescimento:
- Nasceu como bebê humano (Lc 2:7).
- Cresceu física e intelectualmente: "Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria" (Lc 2:40, 52).
- Necessidades físicas:
- Cansaço (Jo 4:6).
- Fome (Mt 4:2).
- Sede (Jo 19:28).
- Fraqueza extrema (Mt 4:11; Lc 23:26).
- Morte e ressurreição:
- Morreu fisicamente (Lc 23:46).
- Ressuscitou com corpo físico aperfeiçoado: "Carne e ossos" (Lc 24:39), comeu peixe (Lc 24:42-43) e ascendeu ao céu (At 1:9; Lc 24:50-51).
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b. Jesus possuía uma mente humana
- Aprendizado progressivo:
- "Crescia Jesus em sabedoria" (Lc 2:52).
- "Aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu" (Hb 5:8).
- Limitações do conhecimento humano:
- Ignorava o dia de seu retorno: "Ninguém sabe ... nem o Filho" (Mc 13:32).
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c. Jesus possuía alma humana e emoções humanas
- Alma/espírito:
- Angústia: "Agora, está angustiada a minha alma" (Jo 12:27; Jo 13:21; Mt 26:38).
- Emoções:
- Tristeza: Chorou por Lázaro (Jo 11:35).
- Alegria: "Cheio de alegria no Espírito Santo" (Lc 10:21).
- Compaixão: "Movido de íntima compaixão" (Mc 1:41).
- Agonia no Getsêmani: "Orou com forte clamor e lágrimas" (Hb 5:7).
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d. As pessoas próximas de Jesus consideravam-no apenas humano
- Rejeição em Nazaré:
- Vizinhos o viam como "o filho do carpinteiro" (Mt 13:55; Mc 6:3).
- Questionavam sua autoridade: "Donde lhe vem tudo isto?" (Mt 13:54-58).
- Incredulidade familiar:
- "Nem mesmo seus irmãos criam nele" (Jo 7:5).
- Durante seu ministério, multidões o seguiam (Mt 4:23-25), mas seus conterrâneos "escandalizavam-se nele" (Mt 13:57).
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Conclusão
Jesus experimentou plena humanidade: corpo, mente, emoções e relações sociais. Suas limitações confirmam sua identificação conosco (Hb 4:15), essencial para:
1. A expiação: Ele representou a humanidade na cruz.
2. A encarnação: "O Verbo se fez carne" (Jo 1:14).
3. A empatia divina: "Não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas" (Hb 4:15).
"E o mesmo Jesus, que foi elevado ao céu, virá do modo como o viram subir" (At 1:11). -
Impecabilidade de JesusW. G. Cristologia
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3. Impecabilidade de Jesus
a. Afirmações Bíblicas da Impecabilidade
- Jesus nunca pecou:
- "Quem dentre vós me convence de pecado?" (Jo 8:46).
- "Aquele que não conheceu pecado" (2Co 5:21).
- "Não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca" (1Pe 2:22).
- "Nele não existe pecado" (1Jo 3:5).
- Títulos que destacam sua santidade:
- "Santo" (At 3:14; 13:35).
- "Cordeiro sem defeito e sem mácula" (1Pe 1:19).
- "Sumo sacerdote ... santo, inculpável, sem mácula" (Hb 7:26).
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b. Natureza das Tentações de Jesus
1. No deserto (Mt 4:1-11; Lc 4:1-13):
- Transformar pedras em pães: Recusou usar poder divino para facilitar a obediência (Lc 4:3-4).
- Adorar Satanás para ganhar reinos: Rejeitou atalhos ilegítimos (Lc 4:5-8).
- Lançar-se do templo: Resistiu a provocações para testar Deus (Lc 4:9-12).
- Resultado: "Vencendo-o Satanás, Jesus o despediu" (Lc 4:13).
2. Paralelo com Adão e Israel:
- Adão: Falhou em obediência simples (Gn 3:6).
- Israel: Falhou no deserto (Sl 95:8-9).
- Jesus: "Aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu" (Hb 5:8).
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c. Obediência Vitalícia e Representação
- Crescimento em santidade:
- "Crescia em sabedoria ... e graça" (Lc 2:52).
- "Eu faço sempre o que lhe Deus agrada" (Jo 8:29).
- Obediência como substituto:
- "Pela obediência de um só, muitos serão feitos justos" (Rm 5:19).
- "O justo pelos injustos" (1Pe 3:18).
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d. Capacidade de Compreender Nossas Fraquezas
- Identificação com a humanidade:
- "Tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado" (Hb 4:15).
- "É poderoso para socorrer os que são tentados" (Hb 2:18).
- Convidado à confiança:
> "Acheguemo-nos ... ao trono da graça, para recebermos misericórdia" (Hb 4:16).
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Conclusão
A impecabilidade de Jesus não anula sua humanidade, mas restaura o padrão original (Adão antes da queda). Sua vitória sobre as tentações:
1. Garante nossa salvação: Ele cumpriu a lei em nosso lugar.
2. Oferece esperança: "Venceu o mundo" (Jo 16:33).
3. Assegura auxílio: "Compadece-se das nossas fraquezas" (Hb 4:15).
"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar ... e nos purificar de toda injustiça" (1Jo 1:9). -
Jesus poderia ter pecado?W. G. Cristologia
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Resumo: Jesus Poderia Ter Pecado?
1. Base Bíblica
- Jesus jamais pecou:
- As Escrituras afirmam que Cristo foi "tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado" (Hb 4:15).
- Sua natureza humana enfrentou tentações reais (Lc 4:2), mas Ele nunca cedeu (1Pe 2:22; 2Co 5:21).
- Tentações reais vs. Natureza divina:
- Embora Jesus fosse plenamente humano e tenha experimentado tentações autênticas (Hb 2:18), a Bíblia também diz que "Deus não pode ser tentado pelo mal" (Tg 1:13).
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2. O Dilema Teológico
- Paradoxo aparente:
- Como Jesus, sendo plenamente Deus (impecável) e plenamente homem (passível de tentação), poderia enfrentar tentações reais?
- Analogia: A doutrina da Trindade (um Deus em três pessoas) exige aceitar verdades que transcendem a lógica humana.
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3. Solução Proposta
Distinção entre as naturezas humana e divina:
Natureza Humana | Natureza Divina |
----------------------------------|-----------------------------------|
Passível de fraqueza, fome, sede | Onipotente, eterna, imutável |
Experimentou tentações reais | Incapaz de pecar (Tg 1:13) |
1. Humanidade isolada:
- Se a natureza humana de Jesus existisse separadamente (como Adão), teoricamente poderia pecar.
2. União hipostática:
- Sua natureza humana nunca existiu separada da divina. A união das duas naturezas em uma pessoa (Cristo) garantiu que, embora tentado como homem, Sua divindade o impedia de pecar.
3. Pecado implicaria a Deus:
- Se Jesus pecasse, envolveria Sua natureza divina, o que é impossível, pois Deus é santo (Is 6:3; 1Jo 1:5).
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4. Como as Tentações Foram Reais?
- Exemplo das pedras em pães (Mt 4:3-4):
- Jesus recusou usar Seu poder divino para facilitar a obediência.
- Enfrentou as tentações como homem, dependendo da oração e do Espírito (Lc 22:41-44).
- Intensidade da resistência:
- Assim como um halterofilista sente plenamente o peso ao levantá-lo, Jesus experimentou a força total da tentação por resistir até o fim.
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5. Conclusão
- Impecabilidade de Cristo:
- Jesus não podia pecar devido à união de Sua natureza divina (imutável) com a humana.
- Tentações autênticas:
- Sua humanidade enfrentou provações reais, mas a vitória foi garantida por Sua divindade.
- Mistério da encarnação:
- A coexistência das duas naturezas em uma pessoa permanece um paradoxo compreensível apenas parcialmente, mas coerente com a revelação bíblica.
"Ele não cometeu pecado, e nenhum engano foi encontrado em sua boca" (1Pe 2:22). -
Jesus será homem para sempreW. G. Cristologia
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4. Jesus Será um Homem para Sempre
a. Base Bíblica da Humanidade Eterna de Cristo
- Após a ressurreição:
- Apareceu aos discípulos com corpo físico:
- Mostrou cicatrizes (Jo 20:25-27).
- Tinha "carne e ossos" (Lc 24:39).
- Comeu peixe (Lc 24:41-42).
- Ascendeu ao céu em corpo humano (At 1:9-11).
- No céu:
- Estêvão o viu como "Filho do Homem" (At 7:56).
- Revelou-se a Paulo como "Jesus" (At 9:5; 1Co 15:8).
- Em Apocalipse, aparece como "semelhante a filho de homem" glorificado (Ap 1:13-17).
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b. A União Eterna das Duas Naturezas
- Divina e humana unidas para sempre:
- "Esse Jesus ... virá do modo como o vistes subir" (At 1:11).
- Prometeu celebrar com os discípulos no Reino (Mt 26:29; Ap 19:9).
- Ofícios eternos:
- Profeta: Revela Deus aos homens.
- Sacerdote: Intercede por nós (Hb 7:25).
- Rei: Reina sobre todas as coisas (Ap 19:16).
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c. Implicações Teológicas
1. Identificação contínua com a humanidade:
- Jesus entende nossas fraquezas (Hb 4:15) e permanece nosso Mediador (1Tm 2:5).
2. Garantia da ressurreição corporal:
- "Cristo ressuscitou ... primícias dos que dormem" (1Co 15:20).
3. Esperança escatológica:
- "Veremos o Senhor como ele é" (1Jo 3:2).
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Conclusão
Jesus não abandonou sua humanidade após a ressurreição. Ele permanece plenamente Deus e plenamente homem para sempre, assegurando:
- Redenção completa: Sua vitória sobre a morte é definitiva.
- Intercessão eficaz: Ele compreende nossas lutas (Hb 2:17-18).
- Reino eterno: "Seu reino não terá fim" (Lc 1:33).
"Eis que venho em breve!" (Ap 22:12). -
Nascimento Virginal de CristoW. G. Cristologia
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O Nascimento Virginal de Cristo
1. Base Bíblica
- Concepção pelo Espírito Santo:
- Is 7.14: Por isso o Senhor mesmo lhes dará um sinal: a virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel.
- Mateus 1:18-25 e Lucas 1:26-35 afirmam que Jesus foi concebido no ventre de Maria pelo poder do Espírito Santo, sem um pai humano.
- José foi instruído por um anjo a aceitar Maria, pois a gravidez era obra divina (Mt 1:20).
- Lucas destaca a declaração do anjo Gabriel: "O Espírito Santo virá sobre ti ... o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus" (Lc 1:35).
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2. Importância Doutrinária
1. A Salvação Vem de Deus:
- O nascimento virginal cumpre a promessa de Gn 3:15, mostrando que a salvação é obra sobrenatural de Deus (Gl 4:4-5), não resultado de esforço humano.
2. União de Divindade e Humanidade:
- Permitiu que Cristo fosse plenamente divino (concebido pelo Espírito) e plenamente humano (nascido de Maria).
- Alternativas (criação celestial ou dois pais humanos) comprometeriam sua natureza dual.
3. Inexistência do Pecado Original:
- A interrupção da linhagem humana paterna (Adão) evitou que Jesus herdasse a culpa e a corrupção moral do pecado original.
- Lucas 1:35 afirma que o Espírito Santo garantiu que Jesus fosse "santo", livre do pecado, mesmo nascendo de Maria (que não era imaculada, segundo as Escrituras).
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3. Respostas a Objeções
- Transmissão do Pecado de Maria:
- A Igreja Católica propõe a imaculada conceição de Maria, mas as Escrituras não apoiam isso.
- Explicação alternativa: O Espírito Santo agiu milagrosamente para evitar a transmissão do pecado tanto de José (inexistente) quanto de Maria.
- Negação Moderna:
- Críticos rejeitam o nascimento virginal por questionarem a autoridade das Escrituras.
- Resposta: O milagre é coerente com o poder de Deus (Criador do universo) e essencial para a doutrina cristã.
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4. Conclusão
- O nascimento virginal é fundamental para:
- Confirmar a origem divina da salvação.
- Garantir a natureza dual de Cristo (Deus e homem).
- Assegurar sua perfeição moral, livre do pecado original.
- Rejeitá-lo implica duvidar da autoridade bíblica e do poder divino.
"Deus enviou seu Filho, nascido de mulher ... para resgatar os que estavam sob a lei" (Gl 4:4-5). -
Naturezas e a PessoaW. G. Cristologia
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C: Títulos que Lembram uma Natureza Podem Ser Usados para a Pessoa de Cristo, Mesmo em Ações da Outra Natureza
A união hipostática (duas naturezas em uma só pessoa) permite que títulos que enfatizam uma natureza (divina ou humana) sejam aplicados à pessoa de Cristo, mesmo quando a ação ou atributo mencionado pertence à outra natureza. Isso reforça a unidade indivisível de Cristo, sem confundir as naturezas.
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1. Princípio Teológico
- União Hipostática: As naturezas divina e humana de Cristo coexistem em uma única pessoa, sem separação ou confusão (Definição de Calcedônia, 451 d.C.).
- Títulos e Ações:
- Títulos que destacam uma natureza podem ser usados para se referir à pessoa inteira de Cristo, mesmo quando a ação realizada pertence à outra natureza.
- Isso evita dividir Cristo em duas pessoas e mantém a integridade de Sua identidade única.
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2. Exemplos Bíblicos
a. "O Senhor da Glória" Crucificado (1Co 2:8)
- Título: "Senhor da Glória" enfatiza a natureza divina de Cristo.
- Ação: A crucificação é um evento da natureza humana.
- Significado:
- Paulo usa um título divino para destacar o paradoxo da crucificação: Deus em forma humana sofreu a morte.
- A ação humana (crucificação) é atribuída à pessoa divino-humana de Cristo.
b. "Mãe do meu Senhor" (Lc 1:43)
- Título: "Senhor" remete à natureza divina.
- Contexto: Maria é mãe da natureza humana de Cristo.
- Significado:
- Isabel reconhece que Maria carregou a pessoa de Cristo (não apenas Sua humanidade).
- O título divino é aplicado à pessoa inteira, mesmo que a maternidade de Maria se relacione à humanidade de Jesus.
c. "Cristo, o Senhor" Nascido em Belém (Lc 2:11)
- Título: "Senhor" (gr. Kyrios) é um nome divino (equivalente a YHWH no AT).
- Ação: O nascimento é um evento da natureza humana.
- Significado:
- O título divino é usado para a pessoa de Cristo, mesmo em Sua encarnação humana.
d. "O Filho Não Sabe o Dia" (Mc 13:32)
- Título: "O Filho" remete à relação eterna com o Pai (natureza divina).
- Ação: A limitação de conhecimento refere-se à natureza humana.
- Significado:
- A ignorância do tempo da volta é atribuída à humanidade de Cristo, mas o título "Filho" é usado para Sua pessoa como um todo.
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3. Implicações Teológicas
1. Unidade da Pessoa de Cristo:
- As ações de uma natureza são ações da pessoa, não de uma "parte" isolada.
- Exemplo: Quando Cristo morre (ato humano), é a pessoa divino-humana que experimenta a morte.
2. Evitando Heresias:
- Nestorianismo: Separar as naturezas em duas pessoas.
- Monofisismo: Fundir as naturezas em uma só.
- A linguagem bíblica mantém a distinção das naturezas sem romper a unidade da pessoa.
3. Paradoxo da Encarnação:
- Títulos divinos aplicados a ações humanas (e vice-versa) revelam o mistério da encarnação (1Tm 3:16).
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Conclusão
A Bíblia emprega títulos que destacam uma natureza de Cristo para se referir à pessoa inteira, mesmo em ações da outra natureza. Isso:
- Afirma a unidade de Cristo como Deus e homem.
- Mantém a ortodoxia contra heresias.
- Enriquece nossa compreensão do Salvador que, embora divino, compartilhou plenamente de nossa humanidade.
"Cristo Jesus ... homem, o único mediador entre Deus e os homens" (1Tm 2:5). -
NestorianismoW. G. Cristologia
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| (Pessoa Humana) (Pessoa Divina) |
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O Nestorianismo
- Doutrina: Afirma a existência de duas pessoas distintas em Cristo: uma humana e outra divina.
- Contraste: Essa doutrina difere da ideia bíblica, que ensina que Jesus é uma só pessoa.
Nestório e sua condenação
- Identidade: Nestório era um pregador famoso em Antioquia e, desde 428 d.C., bispo de Constantinopla.
- Controvérsia: Embora Nestório talvez nunca tenha ensinado explicitamente a concepção herética que leva seu nome, seu ministério foi marcado por conflitos pessoais e política eclesiástica.
- Consequência: Ele foi afastado de seu ofício, tendo seus ensinos condenados.
Razões para a rejeição do Nestorianismo
- Unidade em Cristo: A Bíblia não apresenta a natureza humana de Cristo como uma pessoa independente, capaz de agir de forma distinta da natureza divina.
- Coerência bíblica: Não há menção de um diálogo ou conflito entre as naturezas dentro de Cristo; ao contrário, as Escrituras retratam um quadro de unidade e integridade.
- Expressão pessoal: Jesus sempre se refere a si mesmo no singular ("eu"), e não como duas pessoas ("nós"), exceto em passagens específicas ao falar do Pai (Jo 14.23).
- Linguagem bíblica: A Bíblia trata Jesus sempre como "ele" e nunca como "eles", reforçando a ideia de uma única pessoa agindo com ambas as naturezas.
Conclusão da Igreja
- Decisão: A igreja manteve a doutrina de que Jesus é uma só pessoa, mesmo possuindo tanto a natureza humana quanto a natureza divina. -
O monofisismo (eutiquianismo)W. G. Cristologia
O Monofisismo
- Definição: Doutrina que ensina que Cristo possuía apenas uma natureza (gr. monos, "um", e physis, "natureza").
- Contraposição: Diferente da visão bíblica, que ensina que Jesus era plenamente Deus e plenamente homem.
Êutico e sua Doutrina
- Líder: Êutico (c. 378-454 d.C.), líder de um mosteiro em Constantinopla.
- Erro oposto ao Nestorianismo: Enquanto o nestorianismo separava as naturezas de Cristo, Êutico negava que elas permanecessem distintas.
- Ensinamento: Afirmava que a natureza humana de Cristo foi absorvida pela natureza divina, formando uma terceira natureza modificada.
Analogia do Eutiquianismo
- Comparação com uma gota de tinta em um copo de água:
- A mistura resultante não é nem tinta pura nem água pura, mas uma nova substância.
- Da mesma forma, Êutico ensinava que Jesus era uma fusão de elementos divinos e humanos, nos quais ambos sofreram modificações.
Preocupação da Igreja com o Monofisismo
- Problema central: Se Cristo possuía uma natureza única e misturada, ele não era plenamente Deus nem plenamente homem.
- Consequências doutrinárias:
- Cristo não poderia representar a humanidade de forma legítima.
- Cristo não poderia ser verdadeiramente Deus, o que comprometeria sua capacidade de obter a nossa salvação.
- Conclusão: A igreja rejeitou o monofisismo por comprometer a identidade e a obra redentora de Cristo. -
Permanecendo o que era, tornou-se o que não eraW. G. Cristologia
"Permanecendo o que era, tornou-se o que não era"
Às vezes no estudo da teologia sistemática, a seguinte frase tem sido empregada para resumir a encarnação: "Permanecendo o que era, tornou-se o que não era". Em outras palavras, enquanto Jesus "permanecia" o que era (ou seja, plenamente divino), ele também se tornou o que não fora antes (ou seja, também plenamente humano). Jesus não deixou nada de sua divindade quando se tornou homem, mas assumiu a humanidade que antes não lhe pertencia. -
Por que Jesus Precisava Ser Plenamente Humano?W. G. Cristologia
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5. Por que Jesus Precisava Ser Plenamente Humano?
a. Obediência Representativa
- Paralelo com Adão:
- Como "último Adão" (1Co 15:45), Jesus obedeceu onde Adão falhou (Rm 5:18-19).
- Referências:
- "Por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos" (Rm 5:19).
- "O segundo homem, do céu" (1Co 15:47).
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b. Sacrifício Substitutivo
- Morte em lugar da humanidade:
- "Convinha que ... se tornasse semelhante aos irmãos ... para fazer propiciação pelos pecados" (Hb 2:17).
- Referências:
- "Destruiu aquele que tem o poder da morte, o diabo" (Hb 2:14).
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c. Único Mediador
- Ponte entre Deus e os homens:
- "Há um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1Tm 2:5).
- Requisito: União de divindade e humanidade.
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d. Cumprir o Domínio sobre a Criação
- Restauração do propósito original:
- "Tudo sujeitaste debaixo de seus pés ... agora, porém, ainda não vemos tudo sujeito a ele" (Hb 2:8).
- Referências:
- "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra" (Mt 28:18).
- "Tudo sujeitou debaixo dos pés de Cristo" (Ef 1:22).
- "Assentar-se-á conosco em seu trono" (Ap 3:21).
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e. Exemplo e Padrão de Vida
- Modelo a seguir:
- "Andai como ele andou" (1Jo 2:6).
- Referências:
- "Seremos semelhantes a ele" (1Jo 3:2).
- "Transformados ... na imagem de Cristo" (2Co 3:18).
- "Sofreu deixando-vos exemplo" (1Pe 2:21).
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f. Padrão do Corpo Redimido
- Ressurreição como primícias:
- "Cristo ressuscitou ... primícias dos que dormem" (1Co 15:20).
- Referências:
- "Corpo ressuscitado em glória ... espiritual" (1Co 15:42-44).
- "Traremos a imagem do celestial" (1Co 15:49).
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g. Sumo Sacerdote Compassivo
- Identificação com as fraquezas humanas:
- "É poderoso para socorrer os que são tentados" (Hb 2:18).
- Referências:
- "Foi tentado em tudo ... para compadecer-se de nós" (Hb 4:15-16).
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Conclusão
A humanidade plena de Jesus foi essencial para:
1. Redimir a humanidade (obediência, sacrifício e mediação).
2. Restaurar o propósito divino (domínio sobre a criação).
3. Modelar a vida cristã (exemplo, corpo glorificado e compaixão).
"O Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1:14). -
Sinais de que Jesus Possuía Atributos de DivindadeW. G. Cristologia
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2. Sinais de que Jesus Possuía Atributos de Divindade
a. Onipotência (Poder Divino)
- Acalmar tempestades: "Até os ventos e o mar lhe obedecem" (Mt 8:26-27; cf. Sl 65:7).
- Multiplicar pães e peixes: Alimentou multidões (Mt 14:19).
- Transformar água em vinho: "Manifestou a sua glória" (Jo 2:1-11).
- Contexto: Os milagres revelavam sua própria glória, não apenas o poder do Espírito (Jo 2:11).
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b. Eternidade
- "Antes que Abraão existisse, EU SOU" (Jo 8:58; cf. Êx 3:14).
- "Eu sou o Alfa e o Ômega" (Ap 22:13; comparado com Ap 1:8).
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c. Onisciência (Conhecimento Total)
- Ler pensamentos: "Jesus ... conheceu-lhes o espírito" (Mc 2:8).
- Ver à distância: "Vi você debaixo da figueira" (Jo 1:48).
- Saber corações: "Sabia o que havia no homem" (Jo 2:25; 6:64; 16:30).
- Declaração de Pedro: "Tu sabes todas as coisas" (Jo 21:17).
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d. Onipresença (Presença Universal)
- "Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou" (Mt 18:20).
- "Estou convosco todos os dias" (Mt 28:20).
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e. Soberania Divina
- Perdoar pecados: "Quem pode perdoar pecados, senão Deus?" (Mc 2:5-7).
- Ensinar com autoridade: "Eu, porém, vos digo" (Mt 5:22, 28, 32).
- Juízo final: "Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem o rejeita não verá a vida" (Jo 3:36).
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f. Imortalidade (Vida Indissolúvel)
- Predição da ressurreição: "Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei" (Jo 2:19-22).
- Poder sobre a morte: "Tenho autoridade para entregar minha vida e para reavê-la" (Jo 10:17-18).
- Sacerdócio eterno: "Segundo o poder de vida indissolúvel" (Hb 7:16; cf. 1Tm 6:16).
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g. Digno de Culto
- Adoração universal: "Todo joelho se dobre ... e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor" (Fp 2:9-11).
- No céu: Anjos e criaturas adoram o Cordeiro (Hb 1:6; Ap 5:12-13).
- Comparação: Anjos recusam adoração (Ap 19:10), mas Cristo a recebe (Ap 5:13).
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Conclusão
Jesus demonstrou atributos exclusivos de Deus:
1. Onipotência, onisciência e onipresença.
2. Soberania sobre a criação e a redenção.
3. Imortalidade e direito ao culto universal.
Essas evidências confirmam sua divindade plena, cumprindo o papel de Salvador e Senhor.
"No céu e na terra, toda autoridade me foi dada" (Mt 28:18). -
Solução para as Controvérsias sobre CristoW. G. Cristologia
A Definição de Calcedônia (451 d.C.): Solução para as Controvérsias sobre Cristo
Contexto Histórico
O Concílio de Calcedônia foi convocado para resolver debates sobre a natureza de Cristo, especialmente em resposta a heresias como:
1. Apolinarianismo: Negava a mente humana de Cristo, afirmando que Ele tinha um corpo humano, mas uma mente divina.
2. Nestorianismo: Separação de Cristo em duas pessoas (divina e humana), em vez de uma única pessoa com duas naturezas.
3. Eutiquianismo (Monofisismo): Defendia que a natureza humana de Cristo foi absorvida pela divina, resultando em uma única natureza.
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A Definição de Calcedônia
O texto afirma que Cristo é:
"Verdadeiro Deus e verdadeiro homem, em duas naturezas inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis e inseparáveis, unidas em uma só pessoa (hipóstase)".
Pontos-chave:
1. Duas naturezas distintas:
- Divina: "Consubstancial ao Pai" (mesma essência que Deus).
- Humana: "Consubstancial a nós" (mesma essência que a humanidade), exceto no pecado.
2. União hipostática:
- As naturezas divina e humana coexistem sem confusão, mudança, divisão ou separação na única pessoa de Cristo.
3. Propriedades preservadas:
- Cada natureza mantém suas características: a divindade não diminui a humanidade, e vice-versa.
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Resposta às Heresias
Heresia | Refutação pela Definição |
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Apolinarianismo | Cristo possui alma racional e corpo humano completos (Jo 1:14). |
Nestorianismo | Cristo é uma só pessoa, não duas (Gl 4:4-5). |
Eutiquianismo | As naturezas não se fundem; permanecem distintas (Cl 2:9). |
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Significado da União Hipostática
- Hipóstase: Termo grego para "subsistência" ou "pessoa".
- União sem mistura:
- Cristo não é meio Deus e meio homem, mas plenamente Deus e plenamente homem.
- Exemplo: Sua morte na cruz foi um ato humano (sofrendo) e divino (redentor).
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Críticas e Respostas
- Objeção: "A definição só diz o que Cristo não é, não o que Ele é".
- Resposta: Ela estabelece limites ortodoxos, mas também afirma positivamente:
- A plenitude das duas naturezas.
- A unidade da pessoa de Cristo.
- Base bíblica: "Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Cl 2:9).
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Legado e Relevância
A Definição de Calcedônia é fundamental para:
1. Unidade cristã: Aceita por católicos, ortodoxos e protestantes.
2. Proteção da fé: Impede reducionismos sobre Cristo (apenas homem ou apenas Deus).
3. Base para a salvação:
- Só um Deus-homem poderia ser mediador perfeito (1Tm 2:5).
"Grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne ... foi recebido na glória" (1Tm 3:16). -
Tudo o que uma das naturezas faz, a pessoa de Cristo fazW. G. Cristologia
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B: "Tudo o que uma das naturezas faz, a pessoa de Cristo faz"
1. Princípio Teológico
A união hipostática (duas naturezas em uma só pessoa) implica que toda ação realizada por qualquer uma das naturezas de Cristo é uma ação da própria pessoa de Cristo. Isso significa:
- Natureza divina: Atos como criar o universo (Cl 1:16) ou estar presente em todos os lugares (Mt 28:20) são ações de Cristo como pessoa.
- Natureza humana: Atos como dormir (Mt 8:24), sofrer (Lc 22:44) ou morrer (1Co 15:3) também são ações de Cristo como pessoa.
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2. Exemplos Bíblicos
- "EU SOU" (Jo 8:58):
- Jesus afirma sua eternidade (natureza divina), mas a declaração é atribuída à sua pessoa, não apenas à divindade.
- Morte na cruz (1Co 15:3):
- Apenas a natureza humana morreu, mas a pessoa de Cristo experimentou a morte por nós.
- Ascensão e presença contínua (Jo 16:28 vs. Mt 28:20):
- Como homem, Jesus deixou o mundo (Jo 17:11); como Deus, permanece presente (Mt 28:20). Ambas as realidades são verdadeiras para sua pessoa.
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3. Analogia Ilustrativa
- "Eu digitei uma carta":
- Mesmo que apenas as mãos tenham digitado, a ação é atribuída à pessoa inteira.
- Aplicação a Cristo:
- Seus atos divinos (ex.: acalmar tempestades) e humanos (ex.: chorar) são igualmente ações pessoais de Jesus, não de "partes" separadas.
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4. Implicações para a Fé
1. Unidade da pessoa de Cristo:
- Não há divisão entre "Jesus humano" e "Cristo divino". Ele é um só Salvador (At 4:12).
2. Validade da expiação:
- A morte de Cristo (ato humano) tem valor infinito porque é um ato da pessoa divino-humana (Hb 9:14).
3. Culto e devoção:
- Adoramos a Jesus como Deus-homem, não como duas entidades distintas.
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5. Reafirmação da Ortodoxia
- Definição de Calcedônia (451 d.C.):
- As naturezas permanecem distintas, mas inseparáveis na pessoa única de Cristo.
- Tudo o que Cristo faz, seja como Deus ou homem, é ato integral de sua pessoa.
"Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Cl 2:9).
"Cristo Jesus ... homem, o único mediador entre Deus e os homens" (1Tm 2:5).
Conclusão: A encarnação não fragmenta Cristo, mas revela um mistério unificado onde suas naturezas cooperam harmoniosamente, garantindo nossa redenção e comunhão com Deus.