Versículos para Decorar
Colocar para decorar, versículos e comentários
4 verses Referências bíblicas Nov. 27, 2024 Português 0
-
Mateus 5.1-2NAA
Introdução ao Sermão do Monte
1 Ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte. Ele se assentou e os seus discípulos se aproximaram dele.
2 Então ele passou a ensiná-los. Jesus disse: -
Mateus 5.3NAA
Grego e Comentário
Mt 5.3 — Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
3 Μακάριοι οἱ πτωχοὶ τῷ πνεύματι· ὅτι αὐτῶν ἐστιν ἡ βασιλεία τῶν οὐρανῶν.
G4434 πτωχός (ptõchos) de πτώσσω (ptõssõ, curvar-se, agachar-se; semelhante a 4422 e à forma alternativa de 4098); um mendigo (como encolhido), i.e., pobre (indicando, estritamente, mendicância, absoluta ou pública, embora também usada em um sentido qualificado ou relativo; ao passo que 3993 significa apropriadamente dificuldades, nas circunstâncias em particular), em sentido literal (frequentemente como substantivo) ou figurado (aflito):—mendigo, pobre.
Resumo Stott:
O texto explica a bem-aventurança sobre os "pobres de espírito" (Mateus 5:3), destacando seu significado espiritual e base no Velho Testamento. Originalmente, "pobreza" referia-se à carência material, mas evoluiu para representar uma dependência humilde de Deus. No Velho Testamento, os pobres eram descritos como aqueles que reconheciam sua incapacidade de salvar-se e confiavam inteiramente em Deus, recebendo promessas de restauração e comunhão divina (Salmos 34:6; Isaías 41:17-18; Isaías 57:15; Isaías 61:1).
No contexto do Novo Testamento, ser "pobre de espírito" significa reconhecer nossa falência espiritual diante de Deus — nossa condição de pecadores indignos de sua graça. A única postura correta é de humildade e arrependimento, como o publicano na parábola de Jesus, que clamava: "Deus, tem misericórdia de mim, pecador!" (Lucas 18:13). Essa pobreza espiritual é essencial para receber o reino de Deus, que é um dom gratuito e imerecido. Jesus declarou: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para pregar boas-novas aos pobres" (Lucas 4:18).
No Sermão do Monte, Jesus contradiz expectativas humanas e nacionalistas, mostrando que o reino é dado aos humildes, não aos poderosos ou autossuficientes. Exemplos incluem os publicanos e as prostitutas, que reconheceram sua miséria espiritual, ao contrário dos fariseus, que confiavam em suas próprias obras (Lucas 7:37-50) e dos zelotes, que esperavam estabelecer o reino pela força.
O texto também cita a igreja de Laodiceia (Apocalipse 3:17) como exemplo de autossuficiência espiritual equivocada. Apesar de suas aparências, era espiritualmente pobre, cega e nua, mas incapaz de admitir isso. A lição permanece atual: o reconhecimento de nossa pobreza espiritual é indispensável para entrar no reino. Deus "despede vazios os ricos" (Lucas 1:53). Como disse Spurgeon: "Para subirmos no reino, é preciso rebaixarmo-nos em nós mesmos." -
Mateus 5.4NAA
Versículo e Comentário
— Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Comentário:
A segunda bem-aventurança, "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados", apresenta o paradoxo de uma tristeza que conduz à alegria. Jesus não se refere à tristeza comum do luto, mas à tristeza do arrependimento — o pesar por nossos próprios pecados e pela maldade no mundo. É um lamento pela perda da inocência, da justiça e da comunhão com Deus.
Esse choro espiritual é um passo além de reconhecer-se pobre de espírito; é sentir profundamente essa condição. Não se trata de uma vida cristã superficialmente alegre, mas de uma postura séria e quebrantada diante do pecado. Exemplos bíblicos, como Jesus chorando por Jerusalém, o salmista lamentando a desobediência humana e Paulo lamentando sua própria luta contra o pecado, ilustram essa atitude.
Os cristãos são chamados a chorar não apenas pelos pecados dos outros, mas, principalmente, pelos seus próprios. Essa tristeza "segundo Deus" é essencial no arrependimento genuíno. Grandes homens de fé, como Esdras, Paulo e o missionário David Brainerd, expressaram tal contrição em suas orações e lágrimas.
A promessa de consolo para esses que choram está no perdão e na graça de Deus, que oferecem paz e restauração às almas arrependidas. Esse consolo tem sua plenitude em Cristo, o Consolador prometido pelos profetas, mas será completamente realizado apenas no estado eterno, onde o pecado e suas consequências não existirão mais, e Deus enxugará todas as lágrimas. -
Mateus 5.5NAA
Texto e comentário
— Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
Comentário:
A bem-aventurança "Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra" destaca uma mansidão que envolve gentileza, humildade e autocontrole. O termo grego praüs descreve um espírito gentil que reflete a humildade de Jesus, que se declarou "manso e humilde de coração". Essa mansidão não é fraqueza, mas uma postura humilde diante de Deus e dos outros, marcada por uma visão correta de si mesmo.
O Dr. Martin Lloyd-Jones enfatiza que essa atitude é difícil, pois enquanto é relativamente fácil reconhecer-se pecador diante de Deus, é desafiador aceitar que outros nos vejam da mesma forma sem reagir com orgulho ou defensividade. A verdadeira mansidão se manifesta em humildade e paciência nas relações interpessoais, reconhecendo que tanto Deus quanto as pessoas nos tratam melhor do que merecemos.
Apesar da aparência de derrota no mundo, os mansos são aqueles que realmente herdam a terra. Essa herança é espiritual, como expressa o Salmo 37, onde os mansos são exaltados pelo Senhor enquanto os ímpios são eliminados. Para os cristãos, essa promessa é plena em Cristo, que garante a verdadeira posse da "terra" agora e no futuro, na nova criação. Assim, o caminho de mansidão e auto-renúncia é, paradoxalmente, o caminho para a verdadeira vitória e domínio espiritual.